Maquinista deixa passageiros a pé quando acabou o turno - TVI

Maquinista deixa passageiros a pé quando acabou o turno

Maquinista da Renfe para comboio para não fazer horas a mais de trabalho

Comboio transportava 109 passageiros e fazia a ligar entre Santander e Madrid. As pessoas tiveram de seguir de autocarro porque não havia quem rendesse o turno do funcionário

Um comboio espanhol parou, esta terça-feira, a meio da viagem entre Santader e Madrid porque o maquinista tinha cumprido o seu horário e não queria fazer horas a mais. A bordo da composição Alvia da Renfe, equivalente ao Alfa Pendular da CP em Portugal, seguiam 109 passageiros que foram obrigados a fazer transbordo para autocarros.

O comboio saiu de Sandader por volta das 19:00, com 15 minutos de atraso, e devia chegar a Madrid por volta das 23:37, menos uma hora em Portugal continental. O maquinista, cuja identidade não foi revelada, parou o comboio no apeadeiro de Palência, a cerca de 1:39 de Madrid.

Disséramos através dos intercomunicadores do comboio que tínhamos parado por causa de problemas técnicos”, relatou um dos passageiros ao jornal El Diario Montañés.

Cerca de 20 minutos depois, a verdade chegou às pessoas que aguardavam nos seus lugares.

O revisor da Renfe informou que o “maquinista tinha decidido para porque tinha terminado o seu horário diário e não queria arriscar ter um acidente por excesso de horas”.

As pessoas foram encaminhadas para o interior do apeadeiro onde iriam aguardar por transbordo para autocarros, que os iriam levar até ao destino.

Parece que estão com dificuldade em encontrar um autocarro a esta hora que nos leve a Madrid. Não seria mais fácil trazerem um maquinista de Palência?", disse uma passageira ao jornal local.

Os passageiros que queriam ir para Palência e Valladolid conseguiram ligação rodoviária por volta das 23 horas. Enquanto que os que seguiam para Madrid ainda tiveram de esperar meia hora e acabaram por chegar à capital espanhola com mais de cinco horas de atraso.

A Renfe abriu uma investigação sobre o incidente que classificou como “invulgar”.

O maquinista irá ser chamado para explicar a decisão e o sindicato desvaloriza que existam qualquer conflito entre o trabalhador e empresa, considerando que a decisão em parar o comboio acontecer por “questões de segurança”.

Um maquinista, igual a um condutor de autocarro ou de avião, não pode sobrecarregar o horário de trabalho. Estava a cumprir a lei”, referiu o sindicato.

A Renfe lamentou o sucedido e informou os 109 passageiros lesados que serão ressarcidos.

“Lamentamos o atraso e os transtornos que o incidente causou. Informamos os passageiros de que terão direito ao reembolso de 100% do valor do bilhete”, disse um porta-voz da empresa ao El País.

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