«Para muita gente, Ibiza significa discotecas e mulheres fáceis» - TVI

«Para muita gente, Ibiza significa discotecas e mulheres fáceis»

Spal-Sampdória

Borriello abriu o coração, recordou a morte do pai quando tinha 11 anos, explicou a alcunha de mulherengo e justificou a escolha pelo UD Ibiza

Marco Borriello assinou pelo UD Ibiza, uma equipa que atua na segunda divisão B do futebol espanhol. O veterano ponta de lança abriu o coração numa extensa entrevista: explicou a escolha pelo clube insular, recordou a morte do pai às mãos da máfia napolitana (Camorra) e a morte de David Astori.

«Sei que existe muita ironia em torno da minha escolha, mas não quero saber. Para julgarem necessitam de saber a minha história com esta terra, a ligação profunda que existe. Amo o futebol e ainda o vivo com muita intensidade, mas aqui tem a missão de fazer crescer o desporto na ilha e devolver tudo o que me deram», começou por justificar, em entrevista à Gazzetta dello Sport.

O avançado de 36 fez questão de salientar que Ibiza não é sinónimo de diversão noturna. «Para a maioria das pessoas, Ibiza significa discotecas, diversão, mulheres fáceis. O meu desafio é levar o UD Ibiza à primeira Liga. O projeto do presidente Salvo convenceu-me, mesmo quando estava a pensar mudar-me para Nova Iorque, cidade onde comprei casa. O meu sonho é que o hino do UD Ibiza seja interpretado pelos DJ mais importantes do mundo. A minha casa é longe das discotecas e no meio da natureza.»

Borriello nasceu e cresceu em Nápoles. Foi na cidade costeira a sul de Itália que o futebolista perdeu o pai quando era apenas um adolescente, um episódio recordado com nostalgia.

«Penso no meu pai todos os dias. Chamava-se Vittorio, era loiro de olhos azuis. Diz-se que durante a guerra em Nápoles, a minha avó teve um amante inglês e que o meu pai herdou um pouco da elegância e da sofisticação britânica. Quando a Camorra matou o meu pai eu era um miúdo, tinha apenas 11 anos. O futebol ajudou-me a olhar em frente e sei que hoje ele estaria orgulhoso de mim», disse.

O mais recente reforço do UD Ibiza garantiu ainda que «nenhuma mulher o distraiu do futebol» e aceitou que o considerem «mulherengo». «Só em meses de férias, quando não havia campeonato. Em quase todos os clubes onde joguei, tornei-me um ídolo para os adeptos. Por um lado, as fotos com todas essas belas mulheres prejudicaram-me, por outro lado deram-me visibilidade.»

Por último, Borriello confessou que depois da morte de Astori começou a encarar a vida de outra forma. 

«Depois da morte de Astori, tive noites em que não consegui dormir, porque tinha medo de não voltar a acordar. No funeral, o padre disse que pensamos que somos omnipotentes, mas não somos. Agora já não me sinto atraído por diversão barata, quero saborear cada momento. Essa é a minha missão», concluiu.

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