Na cimeira da direita europeia - que hoje recebe líderes como a chanceler alemã, Angela Merkel, o antigo presidente francês Nicolas Sarkozy e o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi - Rajoy recordou as posições contrárias à União Europeia dos dois partidos com os quais o PS está a negociar para formar governo."Espero que as coisas [em Portugal] resultem razoavelmente. Seria a primeira vez na história - desde que a democracia regressou a Portugal - que não governaria o partido que ganhou as eleições. Uma coligação entre o Partido Socialista, o Podemos de lá [Portugal] e o Partido Comunista seria muito negativo para os interesses de todos. E sobretudo não respeitaria o que disseram os cidadãos"
"Há partidos que não querem o euro, não querem as regras da União Europeia e batalham sempre contra o que aprovamos na União. Insisto: eu gostaria e espero - isso é que é democrático - que Passos Coelho seja reeleito primeiro-ministro em Portugal"
Rajoy enfrenta em dezembro umas eleições gerais em Espanha que podem traçar um cenário semelhante ao que se vive em Portugal: uma vitória sem maioria absoluta do PP (atualmente no poder), abrindo a porta a uma eventual coligação de esquerda entre os socialistas do PSOE, de Pedro Sánchez, e o Podemos, de Pablo Iglesias.
O presidente do governo espanhol destacou a dificuldade do trabalho de Pedro Passos Coelho e o esforço dos portugueses nos últimos quatro anos.
"Ele passou por uma etapa de enorme dificuldade, o povo português fez um grande esforço e agora estão a seguir em frente. Houve um pouco de crescimento económico, também se está a criar emprego e seria uma pena retroceder agora e voltar ao passado"
Questionado sobre se já falou com Passos Coelho sobre o assunto, Rajoy explicou que tinha marcada para a manhã de hoje uma reunião com o ainda primeiro-ministro português, desmarcada devido à situação política portuguesa.
Também presente no Congresso, o Comissário Europeu para a Investigação, Inovação e Ciência, o português Carlos Moedas, disse que está a seguir com atenção a situação portuguesa e reconheceu que os colegas na Comissão lhe têm feito muitas perguntas sobre a crise política em Portugal.
No entanto, escusou-se a fazer mais comentários sobre a política nacional portuguesa, afirmando que este não é momento para a Comissão Europeia.
"As eleições em Portugal tiveram os resultados que todos conhecemos. Agora é a hora do Presidente da República, a hora dos partidos. Não é a hora da Comissão Europeia", disse Carlos Moedas, acrescentando que "a Comissão Europeia trabalhará sempre com todos os governos democraticamente eleitos".