Partido da brasileira Marielle age contra notícias falsas - TVI

Partido da brasileira Marielle age contra notícias falsas

  • 20 mar 2018, 13:32
A despedida de Marielle Franco no Rio de Janeiro

Um deputado federal e uma juíza desembargadora estão na mira do PSOL, onde militava a dirigente assassinada no Rio de Janeiro. Porque espalharam na internet um rol de mentiras que agora custam a apagar

Marielle Franco engravidou aos 16 anos, foi companheira de um traficante de drogas, beneficiou do apoio do grupo mafioso Comando Vermelho, defendeu narcotraficantes abatidos pela polícia. Tudo o que antes está escrito é FALSO, mas foi ganhando foros de verdade e levantando dúvidas à medida que foi propagado nas chamadas redes sociais da internet, no Brasil.

Só ao PSOL, Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) chegaram cerca de 15 mil denúncias de notícias falsas sobre a vereadora Marielle Franco, de 38 anos, assassinada na noite de 15 de março, juntamente com o motorista que a guiava. A força política tem mesmo vindo a pedir que lhes sejam enviadas provas de deturpações sobre a vida da sua dirigente, ao mesmo tempo que está a agir contra figuras públicas da sociedade brasileira que, de propósito ou não, difundiram boatos.

 

 

Deputado e mentiras

O primeiro caso considerado de maior gravidade partiu do deputado brasileiro Alberto Fraga, do partido liberal Democratas. Na sua conta de Twitter, pespegou que Marielle Franco engravidara aos 16 anos, fora casada com o barão da droga Marcinho VP e fora eleita vereadora no Rio de Janeiro com o apadrinhamento do Comando Vermelho.

O deputado já se terá retratado, reconhecendo ter divulgado as informações falsas sem as confirmar. Posteriormente, a publicação na sua conta de Twitter foi apagada.

Ainda assim, o PSOL pretende denunciar Alberto Fraga no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Também dois deputados do Partido dos Trabalhadores apresentaram queixa por calúnia contra o parlamentar, na Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, segundo relata o Jornal do Brasil.

Juíza na mira 

O PSOL pretende também apresentar queixa contra a juíza desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, no Conselho Nacional de Justiça, já que a magistrada partilhou igualmente as mesmas informações falsas sobre a vereadora assassinada.

Neste caso, o partido censura ainda posições posteriores da juíza, publicadas no Facebook, defendendo o pelotão de fuzilamento para o seu deputado federal, Jean Wyllys.

Se a difamação contra Marielle já seria motivo suficiente para exigir o imediato afastamento do cargo desta funcionária pública, a comissão do crime de incitação ao homicídio é um fato ainda mais grave”, realça o PSOL, num comunicado.

A publicação referente ao deputado do PSOL terá sido apagada das contas da juíza, mas a sua reprodução circula e terá levado o Conselho Nacional de Justiça a investigar a situação.

Verdades sobre Marielle

Nos últimos dias, o PSOL e alguma imprensa brasileira têm-se desdobrado em repor a verdade sobra a vida da vereadora assassinada. A começar pelo facto de Marielle não ter engravidado aos 16 anos, já que só teve uma única filha, Luyara Santos, e foi mãe aos 19.

Outra das mentiras, segundo o PSOL, diz respeito a Marielle ter sido companheira de Marcinho VP, um narcotraficante do Rio de Janeiro. Lembrando que o pai da sua filha se chama Glauco dos Santos, a imprensa acrescenta que a vereadora vivia sim com uma companheira, a arquiteta Mônica Benício.

Além de desmentir que Marielle Franco fosse toxicodependente ou consumidora de drogas, é agora também negado com base nos resultados eleitorais no Rio de Janeiro, que tenha sido eleita com o apoio mais ou menos camuflado do Comando Vermelho. Como refere o site G1, foi a quinta candidata mais votada na cidade, aproveitando a onda deixada pelo que é considerado o seu padrinho politico, o agora deputado estadual Marcelo Freixo.

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