Le Pen recusou convocatória da polícia - TVI

Le Pen recusou convocatória da polícia

Marine Le Pen

Em causa está a polémica da utilização indevida de fundos europeus para pagar a membros da Frente Nacional. Candidata à presidência escreveu que não irá comparecer a qualquer audiência até às eleições legislativas

Marine Le Pen, candidata à presidência francesa, está a tentar conter a polémica em torno da utilização indevida de fundos europeus para pagar a assistentes parlamentares do partido Frente Nacional. A dirigente de extrema-direita recusou apresentar-se à polícia judiciária na última quarta-feira, faltando assim a uma convocatória ser ouvida em audiência livre. Recorde-se que, nesse mesmo dia, o guarda-costas e a chefe de gabinete de Le Pen foram detidos para interrogatório, devido à suspeita de terem sido pagos por cargos que nunca desempenharam no Parlamento Europeu.

Escreve o jornal francês Le Monde que a candidata presidencial terá enviado uma carta aos magistrados, onde afirma que não irá marcar presença em qualquer convocatória até às eleições legislativas do próximo mês de junho. A presidente da Frente Nacional goza de imunidade parlamentar, o que significa que não pode ser forçada a comparecer às audiências, nem ser mantida sob custódia.

Este caso de suspeitas de fraude é um dos escândalos que estão a afetar a campanha da candidata de extrema-direita. Em causa está o pagamento a membros do partido com fundos da União Europeia, durante a legislatura 2011-2012. As regras das instituições europeias estipulam que o dinheiro apenas pode ser usado para remunerar assistentes de deputados. Ora, Thierry Légier e Catherine Griset - guarda-costas e chefe de gabinete de Le Pen -, terão sido pagos como assistentes parlamentares, quando não exerciam qualquer cargo em Bruxelas, Estrasburgo ou Luxemburgo, nem viviam perto destes locais. Em suma, requisitos legais para poderem receber um salário. 

Entretanto, o Gabinete Europeu Anti-Fraude já solicitou a devolução de 340 mil euros dos fundos europeus, que correspondem às remunerações de Légier e Griset. A dirigente de extrema-direita recusou o pedido, tal como negou as alegadas irregularidades.

Ainda hoje, cerca de 50 manifestantes atacaram vários autocarros que transportavam militantes da Frente Nacional, na chegada a Nantes, onde Le Pen discursou num comício do partido. Foi mais um episódio de tensões naquela cidade, depois de uma manifestação convocada pelos sindicatos e movimentos de extrema-esquerda ter acabado em confrontos com as forças policiais, este sábado. Num protesto que contou com quase três mil pessoas, um grupo de manifestantes lançou projéteis na direção da polícia, que responderia com gás lacrimogéneo.

Em comunicado, David Rachline, o diretor da campanha de Marine Le Pen, criticou  o ministro do Interior francês devido aos momentos de tensão, destacando um "clima anti-democrático grave e inquietante" próximo das eleições presidenciais.

 

 

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