Novo livro de Vargas Llosa editado em outubro - TVI

Novo livro de Vargas Llosa editado em outubro

Mário Vargas Llosa

Obra do vencedor do Nobel de Literatura de 2010, "Os contos da peste" fala sobre "uns jovens numa moradia nos arredores de Florença" que se entretêm uns aos outros a contar histórias, enquanto a peste assola a cidade

A obra inédita de Mario Vargas Llosa, “Os contos da peste”, é editada em outubro, em Portugal, anunciou hoje a editora portuguesa, adiantando que este título se inspira no “Decamerón”, de Bocaccio.

O contexto base desta obra – a reunião de uns jovens numa moradia nos arredores de Florença, durante a qual contam uns aos outros histórias para se entreterem enquanto a peste assola a cidade – inspirou Vargas Llosa a construir uma peça de teatro em torno do desejo baseada em oito dos contos de Boccaccio”, lê-se no comunicado enviado à Lusa pelas Publicações D. Quixote que chancelam a obra.

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“O humor, o poder da imaginação, o amor – desde o idealizado amor cortês até ao mais carnal – e as relações entre classes sociais são as chaves desta obra que congrega a essência do espírito do Decamerón: a luxúria e a sensualidade exacerbadas pela sensação de crise, de abismo aberto, de fim do mundo”, remata a editora portuguesa.

O livro “Os contos da peste” foi traduzido por Maria do Carmo Abreu.

Mario Vargas Llosa nasceu em 1936, em Arequipa, no Peru e atualmente tem dupla nacionalidade, peruana e espanhola, tendo recebido vários prémios literários internacionais, entre eles, o Prémio P.E.N./Nabokov, o Cervantes, o Príncipe das Astúrias e o Grinzane Cavour.

Em 2010, foi distinguido com o Prémio Nobel de Literatura pela “sua cartografia das estruturas de poder e pelas imagens pungentes da resistência, revolta e derrota dos indivíduos”, segundo a mesma fonte.

Dos seus títulos refira-se “A cidade e os cães”, que lhe valeu o Prémio Biblioteca Breve, em 1962 e o da Crítica Espanhola, em 1963).

“A casa verde”, com o qual recebeu o Prémio Nacional de Romance do Peru, o da Crítica Espanhola, e Rómulo Gallegos em 1967 e 1968, “Conversa n’A catedral” (1969), “Pantaleão e as visitadoras” (1973), “A tia Julia e o escrevedor” (1977), “A guerra do fim do mundo” (1981), ao qual foi atribuído em 1985 o Prémio Ritz-Hemingway, “História de Mayta” (1984), “Quem matou Palomino Molero?” (1986), “Elogio da madrasta” (1988), “Lituma nos Andes”, distinguido com o Prémio Planeta, em 1993), “Cartas a um jovem romancista” (1997), e “Travessuras da menina má” (2007), são outros.

O escritor recebeu em julho de 2014 o título de “Doutor Honoris Causa” da Universidade Nova de Lisboa.

Na ocasião o poeta Nuno Júdice afirmou que Vargas Llosa “vai além da sua pátria, a que sempre se dedicou, nomeadamente quando, num momento difícil, foi candidato à Presidência do Peru", acrescentando que “os romances do escritor são imprescindíveis para conhecermos a História do continente sul-americano, os seus conflitos e a sua sociedade”.

Mario Vargas Llosa por seu turno, alertou para os perigos da “sociedade do espetáculo” que vivemos e a ditadura da tecnologia, tendo defendido uma literatura que “mantenha o espírito crítico, sem a qual desapareceria a liberdade”.

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