Pais de vítima do tiroteio em Sandy Hook escrevem carta aberta a Zuckerberg - TVI

Pais de vítima do tiroteio em Sandy Hook escrevem carta aberta a Zuckerberg

  • AFO
  • 26 jul 2018, 11:43
Noah Pozner, uma das vítimas mortais no tiroteio na escola primária de Sandy Hook

Famílias das vítimas do tiroteio na escola primária de Sandy Hook em 2012 são ameaçadas de morte no Facebook

Numa carta aberta a Mark Zuckerberg publicada na quarta-feira, os pais de uma vítima do tiroteio numa escola primária de Sandy Hook, EUA, em dezembro de 2012, pediram ao fundador do Facebook para remover os comentários de ódio e teorias da conspiração da rede social, acusando-o de "fornecer um refúgio seguro para o ódio".

Lenny Pozner e Veronique De La Rosa, pais de Noah, que tinha seis anos quando foi morto, escreveram a carta aberta, publicada no The Guardian.

Os pais da vítima falam por eles e por todos os familiares das restantes vítimas que passados seis anos ainda continuam a ser atacados. Na carta pode ler-se o pedido de ajuda na remoção dos comentários e das teorias da conspiração. 

O nosso filho Noah já não tem voz, nem nunca mais poderá viver sua vida. Sentimos todos os dias a falta dele”, lê-se no documento.

Lenny e Veronique dizem não conseguir seguir em frente por estarem constantemente a ser ameaçados de morte e a ser alvo de críticas. 

Somos incapazes de nos lamentar pelo nosso bebé ou seguir em frente com as nossas vidas porque você, sem dúvida o homem mais poderoso do planeta, acha que os ataques que nos são feitos são irrelevantes, que remover as ameaças é muito complicado e que as nossas vidas são menos importantes do que fornecer um refúgio seguro para o ódio”, sublinham.

A carta detalha a experiência da família diante as teorias da conspiração que negam a existência do tiroteio naquela escola da localidade de Newtown.

Essas alegações e apelos alastraram-se pelo Facebook como um incêndio e, apesar dos nossos apelos para este tipo de comentários serem removidos, essas pessoas continuam a ser protegidas pelo Facebook”, continuam.

A carta cita ainda declarações do fundador da rede social numa entrevista em que explicou que não ia remover comentários que espalhem teorias da conspiração - incluindo o que é dito sobre o Holocausto e sobre o tiroteio. Nessa conversa, Zuckerberg disse ainda que não significa que defenda os responsáveis pelos comentários ou que concorde com os mesmos.

O Facebook desempenha um papel gigantesco na partilha de informação pelas massas", ainda escreveram os pais de Noah. “Este nível de poder não pode esquecer a responsabilidade de garantir que a rede social não seja usada para prejudicar os outros ou contribuir para a difusão de ódio. No entanto, parece que o Facebook deixa que as pessoas o façam".

O massacre protagonizado pelo jovem de 20 anos Adam Lanza matou 26 pessoas, entre as quais 20 crianças e a sua própria mãe. Adam acabou por se suicidar na escola Sandy Hook.

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