Numa mensagem-vídeo divulgada em Bruxelas, após ter-se tornado irreversível a vitória do “não” no referendo hoje realizado na Grécia, que admite ter sido “esmagadora”, o presidente da assembleia diz que é necessário respeitar a escolha do povo grego.
No entanto, Schulz acrescentou de imediato que o desfecho coloca o país numa situação difícil, até porque considerou falsa a promessa do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, de que um triunfo do “não” reforça a posição negocial da Grécia.
Considerando “muito difícil e perigosa” a promessa feita pelo ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, de que na terça-feira os bancos já estarão reabertos e já haverá dinheiro, Schulz disse acreditar que o povo grego vai ter dias ainda mais difíceis no futuro imediato.
Por isso, o presidente do Parlamento Europeu defende que, “amanhã [segunda-feira] ou o mais tardar na terça-feira”, dia de cimeira da zona euro, a UE deve discutir “um programa de ajuda humanitária para a Grécia”.
“Os cidadãos comuns, os pensionistas, os doentes ou as crianças nos infantários não devem pagar o preço da situação dramática em que se encontra o país e a que o Governo levou agora o país”, afirmou.
“É necessário imediatamente um programa humanitário e espero que o Governo grego apresente nas próximas horas propostas reais e construtivas, permitindo que seja possível renegociar. Caso contrário, entraremos em tempos muito difíceis e ainda mais dramáticos”, advertiu.
Apontando que há que respeitar o processo democrático na Grécia, Schulz lembrou que há "governos e parlamentos democráticos" nos outros 18 países da zona euro, pelo que cabe ao Governo de Tsipras apresentar agora propostas e convencer os outros membros da zona euro e as instituições de que "é necessário, possível e mesmo eficaz" retomar as negociações.