Sete homens negros executados por violação foram "perdoados" 70 anos depois - TVI

Sete homens negros executados por violação foram "perdoados" 70 anos depois

Martinsville Seven

Os indultos não abordam a culpa ou inocência dos homens, mas é uma forma de reconhecer que estes receberam uma "sentença de morte tendenciosa e racialmente não aplicada de forma semelhante aos arguidos brancos"

Sete homens negros executados, em 1951, por alegadamente terem violado uma mulher na Virgínia, nos Estados Unidos, receberam, esta terça-feira, o indulto póstumo do governador Ralph Northam.

Grayson, Millner, Frank Hairston Jr., Howard Lee Hairston, James Luther Hairston, Joe Henry Hampton e John Clabon Taylor - os "Martinsville Seven", como os homens ficaram conhecidos - foram todos condenados pela violação de Ruby Stroud Floyd, de 32 anos.

Quatro dos homens foram executados na cadeira elétrica a 2 de fevereiro de 1951. Três dias depois, os três restantes foram também eletrocutados. Todos eles foram julgados por júris só de brancos.

Os indultos não abordam a culpa ou inocência dos homens, mas é uma forma de reconhecer que estes receberam uma "sentença de morte tendenciosa e racialmente não aplicada de forma semelhante aos arguidos brancos".

Estes homens foram executados porque eram negros e isso não está certo", afirmou o governador, citado pela Associated Press.

Nenhum dos homens tinha advogados presentes enquanto estavam a ser interrogados.

Todos nós merecemos um sistema de justiça criminal que seja justo e igualitário”, acrescentou Ralph Northam, num comunicado enviado às redações e citado pela CNN.

O governador assinou o perdão numa cerimónia onde estiveram presentes os familiares dos jovens.

Em março deste ano, o estado da Virgínia, o segundo estado norte-americano com maior número de execuções, aboliu a pena de morte.

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