Armas na América: o poder da NRA e o argumento empresarial - TVI

Armas na América: o poder da NRA e o argumento empresarial

Massacre EUA: Emilie Parker, uma das vítimas

Entrevista com Elliot Fineman, líder do National Guns Victim Action Council

A questão do acesso às armas é, neste momento, um dos temas centrais da discussão política nos EUA.

As eleições presidenciais de 2012 não tiveram o «gun control» no topo da agenda (não era do interesse dos dois candidatos), mas o massacre de Newtown, Connecticut, em dezembro, alterou por completo os dados do problema.

Elliot Fineman é o presidente da National Guns Victims Action Council (NGAC), uma associação norte-americana, politicamente independente, que tem como lema ser «uma força que se bate por uma legislação de armas saudável».

Em entrevista exclusiva ao TVI24.pt, este antigo consultor de marketing de grandes empresas como a Accenture, KPMG e do Boston Consultant Group explica ao pormenor o que está em causa e aponta soluções para travar o risco de futuros massacres.

O interesse de Elliot Fineman no «gun control» tem uma origem pessoal trágica: no último dia de 2006, um esquizofrénico que possuía uma arma legal matou o seu filho num restaurante de San Diego.

Que tipo de atividades faz a NGAC de modo a melhorar a situação?

A nível económico: mobilizando o poder de compra dos 14 milhões de pessoas que foram diretamente afectadas pela violência das armas nos últimos 20 anos (membros das famílias que perderam quem ama) e dos 100 milhões de americanos que, nas sondagens, dizem querer leis mais restritivas nas armas. Envolvimento empresarial: é preciso que as empresas na América a assumirem esta questão. A maior iniciativa para 2013 na National Gun Victims Action Council é essa. A América empresarial tem muito mais dinheiro que a NRA e há muitas razões mobilizadoras para que as empresas na América tenham vantagem em abraçar este problema, tanto a nível estadual como federal.

O que pensa das opiniões recentemente emitidas pelo apresentador da CNN Piers Morgan sobre a urgência do «gun control»?

Concordo em absoluto. Ele diz, de forma apaixonada, as maiores verdades sobre armas e os seus perigos e chama as coisas pelos seus nomes. Aponta o dedo a quem distorce a verdade, a quem mente, a quem tenta enganar. Os activistas pró-armas não estavam habituados a isto e começaram uma guerra a Piers Morgan, tentando silenciá-lo com uma cobarde petição a propor a sua deportação.



Um trágico evento lançou-o pessoalmente para este tema do «gun control». Quer contar-nos o que foi?

Na manhã de 31 de dezembro de 2006, a polícia de Chicago apareceu-me à porta para me dizer que o meu filho tinha sido assassinado por um estranho, enquanto jantava num restaurante de San Diego, com a mulher. O assassino era um esquizofrénico paranóide que tinha obtido, de forma legal, uma arma. Desde esse dia, empenhei-me a fundo na tentativa de evitar que outros pais e famílias passem por esta inimaginável e indescritível experiência, que muda para sempre a vida de alguém.
Continue a ler esta notícia

Mais Vistos

EM DESTAQUE