Debate empatado, mas Obama conquista a frase da noite - TVI

Debate empatado, mas Obama conquista a frase da noite

Debate Obama-McCain

Primeiro de três debates decisivos na corrida à Casa Branca

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Barack Obama e John McCain cumpriram o primeiro de três debates na luta pela presidência dos Estados Unidos. O PortugalDiário acompanhou tudo ao pormenor.

O encontro realizou-se no «Ford Center» da Universidade do Mississipi, em Oxford, e foi moderado por Jim Lehrer, da estação televisiva PBS. Chegou a estar em risco, depois de John McCain ter suspendido a campanha, mas foi mesmo para a frente, uma vez que Obama rejeitou sempre essa possibilidade, argumentando que se tratava do momento ideal para debater o futuro do país.

O candidato democrata entrou com mais força, agarrando os temas económicos, enquanto McCain não foi tão objectivo, o que se reverteu nos assuntos de politica internacional. Não é seguro dizer quem venceu o debate, ficou mesmo a sensação de um empate, mas os americanos que não seguiam a campanha com muita atenção tiveram oportunidade para conhecer os argumentos que os dois candidatos têm apresentado nos últimos meses.

Oitos anos de erros

Apesar do debate ter sido anunciado como tendo como base a politica internacional e a segurança interna, as questões da economia foram as primeiras a ser tratadas. Obama não deixou dúvidas, dizendo que a culpa da situação actual «é o veredicto final de oito anos de políticas erradas de George W. Bush, apoiadas pelo senador McCain». O democrata apresentou soluções («prometo cortar os impostos a 95% dos americanos») e não deixou dúvidas: «Devemos progredir rápida e inteligentemente».

Do outro lado, McCain quis descolar da aproximação a Bush e acusou Obama de desperdiçar dinheiro, usando como exemplo os milhões utilizados em subsídios no Illinois. Neste sentido, e utilizando uma caneta, assegurou que irá vetar «cada projecto de despesa que passar pelo (seu) gabinete».

Obama foi mais afirmativo quanto aos aspectos essenciais da sua estratégia, apesar da crise, referindo que é necessário garantir «maior independência energética, aumentando a produção e apostando nas energias renováveis», para além de «resolver a situação do sistema de saúde, tirando o grande fardo das famílias». Também é importante «investir na ciência e tecnologia, assegurar que as crianças aprendem e que a universidade é acessível a todos». No capítulo da despesa, considerou que é necessário «cortar com a orgia de gastos de George W. Bush», nomeadamente no Iraque.

Neste aspecto, John Mccain apostou mais no corte dos gastos desnecessários, alertando para o facto dos Estados Unidos estarem a enviar dinheiro «a países que nem sequer estão do mesmo lado».

Lições do Iraque

Num debate que durou mais seis minutos do que os 90 previstos, John McCain esteve mais à vontade nos assuntos de política internacional.

Obama arriscou, falando na necessidade de maior intervenção no Afeganistão e Paquistão, levantando mesmo a hipótese de ataques em território paquistanês para aniquilar células da al-Qaeda. «Se os Estados Unidos tiverem a al-Qaeda, Bin Laden ou os seus seguidores no visor, e se o Paquistão não quiser ou for incapaz de agir, então devemos eliminá-los», frisou, levantando dúvidas em McCain, que não concordou com a hipótese de um ataque contra Islamabad.

O Afeganistão e o Iraque preencheram parte importante do debate, com o democrata a considera que as tropas deviam ser movidas para o primeiro país, depois dos erros cometidos em território iraquiano. O republicano, por seu lado, optou por destacar a alteração na estratégia: «Estamos a ganhar no Iraque e vamos regressar com a vitória».

No que diz respeito à Rússia, Obama defendeu uma abordagem diferente, dado que os dois países têm interesses em comum, enquanto McCain recordou o perigo da estratégia russa em relação aos seus vizinhos, como a Geórgia e a Rússia. «Vejo as siglas KGB nos olhos de Putin», disse.

O debate terminou com o candidato democrata a falar nos valores da América, que «têm de ser recuperados»; o republicano deixou as últimas palavras para os veteranos de guerra.
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