Mulher está em coma há oito anos devido a negligência médica - TVI

Mulher está em coma há oito anos devido a negligência médica

  • MC
  • 10 jan 2019, 18:44
Cirurgia

Uma paciente espanhola, de 52 anos, esteve sem oxigénio mais de 15 minutos. Anestesistas do hospital de Múrcia ignoraram o alerta que constava no relatório do pré-operatório que indicava que Margarita Espallardo já tinha sofrido problemas de intubação numa cirurgia anterior

Uma paciente espanhola, de 52 anos, está em coma há oito anos devido a danos cerebrais sofridos durante um procedimento cirúrgico, em Espanha.

Margarita Espallardo, de Cartagena, Múrcia, está em estado vegetativo desde 26 de abril de 2010, depois de ter estado mais de 15 minutos sem oxigénio devido a problemas na intubação e, de acordo com o jornal espanhol El País, a responsabilidade recai sobre dois médicos anestesistas, que ignoraram a informação do relatório do pré-operatório, que indicava que a doente já tinha sofrido problemas de intubação numa cirurgia anterior. Ou seja, “complicações anestésicas: dificuldade de intubação” e “possível traqueostomia de intubação difícil de emergência”.

O caso foi a tribunal, que decidiu uma compensação de 1,62 milhões de euros a Margarita Espallardo e à sua família.

Margarita não estava a sentir-se bem e estava à espera [de vaga para ser operada] há mais de quatro meses, então aceitou [ser transferida para outro hospital, onde seria atendida mais rapidamente]. Arrependemo-nos todos os dias desta decisão, especialmente as crianças, que ficaram sem mãe com apenas 10 e 12 anos”, conta José Andrés Torres, cunhado de Margarita, citado pelo El País.

Segundo informação hospitalar, a que o El País teve acesso, Margarita entrou na sala de operações e apresentava a saturação normal de oxigénio. Passados poucos minutos, os médicos tentaram entubá-la repetidamente por 15 minutos, mas sem sucesso. Os anestesistas só conseguiram normalizar o oxigénio depois de uma traqueotomia, que consiste numa perfuração na parte frontal do pescoço para o ar chegar rapidamente aos pulmões. Só passados 30 minutos foi possível retirar-lhe a tiroide.

O perigo nestes casos é que, após a anestesia, os médicos não consigam intubar o paciente, porque este já não consegue respirar sozinho. Portanto, a medicina fornece várias medidas cautelares alternativas, nenhuma das quais foi adotada nesta situação", lamentou o advogado da família.

No dia seguinte à operação, Margarita foi transferida para o seu hospital, mas, como estava sedada, os médicos não detetaram qualquer complicação pós-cirúrgica. Quando a medicação deixou de fazer efeito, os médicos viram-na abrir os olhos, mas a paciente não conseguia ver ou responder a estímulos. Desde então, a Margarita não recuperou nenhuma das funções vitais.

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