Azar dos azares, milhares de manifestantes nas ruas da cidade alemã de Hamburgo, onde decorre a cimeira do G20, impediram a mulher do presidente norte-americano de pôr o pé na rua. E assim poder participar num programa paralelo, organizado pelo marido da chanceler Merkel, Joachim Sauer.
A imprensa internacional dá conta de que Melania Trump poderá ser mesmo a única ausente. Um porta-voz da delegação norte-americana confirmou a jornais alemães não ter havido condições para que a primeira-dama integrasse o programa.
Assim, num autocarro excursionista, o marido da chanceler alemã seguiu viagem com os restantes consortes dos convidados. Casos do esposo da primeira-ministra britânica, Philip, de seu nome, e as esposas do presidente francês, Brigitte Macron, e do primeiro-ministro canadiano, Sophie Gregoire Trudeau.
Houve todo um programa paralelo nesta sexta-feira, enquanto os líderes dos 19 maiores países do mundo e a União Europeia supostamente limaram arestas para encarrilar a complicada situação mundial.
Do programa, ao que se sabe, fazia parte uma excursão em autocarro panorâmico pela segunda maior cidade alemã, uma viagem de barco e almoço. Mas havia mais. Incluía uma visita que os mais atentos podem considerar suficientemente venenosa, senão para Melania, seguramente para o marido Donald Trump, responsável por ter rasgado o Acordo de Paris sobre as alterações climáticas.
Hamburgo e clima quente
Se nas ruas, muito próximo do hotel onde se hospedou o casal Trump, continua a fúria dos que protestam contra as decisões dos senhores do mundo, talvez para manter a fervura sobre a importância das alterações climáticas no planeta, a visita para os consortes incluía uma visita ao Centro Alemão de Computação Climática.
Aí, super-computadores mostram os efeitos das alterações climáticas em várias regiões do mundo. A ideia, segundo dizem os alemães, terá sido do marido da chanceler Merkel, que é professor de Física e Química.
Como Melania não foi, seguramente não será seduzida por uma preocupante visão do planeta contrária à que o marido e presidente norte-americano tem defendido. Ou seja, por aí, Trump "não terá de levar para casa", como sói dizer-se.
Hotel e twitter
Sem sair da hospedaria, pouco se sabe de Melania Trump. De Hamburgo, até ver, resta uma foto sua, à chegada, no aeroporto.
Depois, apenas recorreu à rede Twitter para desejar que mais ninguém se magoe nos protestos que têm marcado esta cimeira do G20. Sendo que, desde a véspera, quando chegou, o balanço já indicava a existência de 76 feridos devido às batalhas nas ruas entre a polícia alemã, com os seus canhões de água, e os manifestantes, com tudo o que têm à mão de semear.
Thinking of those hurt in #Hamburg protests. Hope everyone stay safe! #G20
— Melania Trump (@FLOTUS) 7 de julho de 2017
Melania ficou assim retida, mas Donald conseguiu chegar ao local da cimeira do G20, com segurança ultrareforçada.
Segundo relata o jornal britânico The Independent, o presidente norte-americano conseguiu mesmo chegar a horas, apesar da turbulência em redor do hotel. Daí saiu de carro, a alta velocidade, com polícia com fartura a escoltar a viatura.
Como se nada se passasse nas ruas de Hamburgo, os líderes do G20 lá se encontraram perto da hora de almoço. No cocktail de boas vindas, o francês Macron abraçou efusivamente o canadiano Trudeau, a alemã Merkel cumpriu o seu papel de anfitriã, Juncker, da Comissão Europeia, cumprimentou com beijos um dos mais chegados, o espanhol Rajoy, que foi convidado, fez por se mostrar, Theresa May, idem aspas, e Putin aguardou até que Trump chegou e o cumprimentou. Ficou tudo registado num filme partilhado pela chancelaria germânica.