Hospital aplaudiu pais que doaram órgãos da filha para salvar outros bebés - TVI

Hospital aplaudiu pais que doaram órgãos da filha para salvar outros bebés

  • CDC
  • 21 jan 2019, 19:04
Jenni e Alondra

Alondra Torres Arias tinha apenas 19 meses. Ficou em morte cerebral após uma pneumonia. Pais decidiram doar os seus rins e o fígado, com uma homenagem sentida das equipas hospitalares

A dor de uns pode ser a salvação de outros. Em Monterrey, no México, a bebé Alondra estava em morte cerebral, após uma pneumonia que lhe ceifou a vida. Sem hipótese, os pais decidiram doar alguns dos órgãos da filha, numa atitude que foi homenageada em pleno hospital por médicos, enfermeiros e demais pessoal, fazendo um corredor de aplausos e orações à passagem da menina para o bloco operatório. Um momento que ficou registado em vídeo.

Segundo o jornal britânico Daily Mail, a menina apenas se mantinha viva através de respiração artificial. A própria mãe, Jenni Barraza, reconheceu, num testemunho publicado na rede Facebook, que "provavelmente ela já tinha partido há uns dias".

Com a filha em morte cerebral, Jenni e o marido tomaram a decisão de doar os rins e o fígado da sua filha Alondra.

Ontem foi assinada a morte cerebral da minha filha Alondra. Provavelmente, ela já tinha partido há uns dias, mas eu falei com ela e beijei-a até ao último minuto. Escrevo porque sei que houve muita gente envolvida, pessoas que ajudaram com suas orações e também economicamente. Eu sei que esta situação transcendeu até pessoas que eu não conheço, por isso peço que se espalhe esta mensagem. Eu tinha a ilusão de ir agradecer pessoalmente a cada pessoa pela sua ajuda, com a minha menina nos braços”, escreveu Jenni num comunicado emotivo no Facebook.

Homenagem sentida

De forma a agradecer a atitude de Jenni e do pai de Alandra, a equipa médica que acompanhou a menina organizou uma homenagem sentida nos corredores do hospital. Médicos, enfermeiros, paramédicos e outros especialistas formaram um corredor de passagem até ao bloco operatório, expressando o seu respeito e admiração.

Ontem, eu e meu marido levámos a nossa bebé ainda no berço e a respirar artificialmente, desde a área de terapia intensiva até à área de cirurgia, onde a Alondra ia doar os seus dois rins e o seu fígado. No caminho para o bloco operatório tentávamos suportar uma tristeza que não dá para explicar. Ao sair do elevador, vimos um corredor muito longo, cheio de enfermeiros, médicos e pessoal do hospital a formar um "cordão", todos em silêncio, todos com as mãos juntas em sinal de agradecimento, todos visivelmente comovidos... Demos a volta e ainda havia mais gente. Nunca caminhei com tanto orgulho e com a cabeça tão erguida”, descreve a mãe da pequena.

Os pais de Alondra consideraram que a morte da sua filha não foi em vão e que, graças a ela, outras crianças poderão continuar a viver.

Tenho o enorme consolo de ter ajudado a salvar três bebés, a morte da minha menina não foi em vão. Irei encarregar-me de que o meu testemunho possa salvar mais vidas. Uma pessoa em morte cerebral, não pode ir direta para a morgue. Há famílias que sofrem, há mães em agonia, à espera de um milagre, de uma oportunidade.

Para mim, o mais difícil começa agora. Serei para sempre grata aos que fizeram tanto por nós. Sempre honrámos a nossa menina, que levamos connosco a cada passo. Foi uma honra e um privilégio ter sido a sua mãe”, conclui Jenni na sua publicação.

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