Diagnosticado com uma obstrução urológica, o presidente Michel Temer deixou na noite de quarta-feira o Hospital do Exército, em Brasília, após ter sido observado durante sete horas.
Estou inteiro", foram as palavras do presidente à saída do hospital. de onde seguiu para o Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência, segundo relata a cadeia Globo.
Na manhã de quarta-feira, Michel Temer sofreu uma indisposição quando estava no seu gabinete, que o obrigou a recorrer ao hospital.
Congresso volta a negar
Enquanto era assistido, o presidente brasileiro era alvo de uma segunda votação no Congresso para viabilizar ou impedir que o Supremo Tribunal Federal possa seguir com um processo em que é acusado de obstrução à justiça e organização criminosa.
De acordo com a informação veiculada pela agência Reuters, com 137 deputados a votarem contra as acusações a Temer tornou-se impossível que a oposição ao presidente conseguisse os 342 votos necessários, num quórum de 477 parlamentares.
É a segunda vez, num período de três meses, que a Câmara baixa do Congresso brasileiro impede que o presidente possa ser julgado.
O chefe de Estado brasileiro foi alvo de duas denúncias formuladas pelo antigo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot.
A segunda denúncia, oficializada em setembro, tem como base um esquema de corrupção denunciado por elementos da multinacional do setor de carnes JBS, cujos executivos afirmaram, em depoimentos à Justiça, que o Presidente recebia subornos em troca de intermediação de favores à empresa, junto de órgãos do Governo.
Na acusação de obstrução da Justiça por Michel Temer, a Procuradoria-Geral da República alega que o chefe de Estado autorizou o pagamento de subornos para silenciar o ex-deputado Eduardo Cunha, condenado a mais de 15 anos de prisão por envolvimento nos desvios da petrolífera estatal Petrobras.
Já na alegação de participação em organização criminosa, o Presidente e outros membros do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) são acusados de terem negociado subornos que causaram o desvio de pelo menos 587 milhões de reais (153 milhões de euros) por meio de contratos firmados com órgãos e empresas públicas.