Ministro acusa Presidente do Brasil de tentar corrompê-lo - TVI

Ministro acusa Presidente do Brasil de tentar corrompê-lo

Michel Temer toma posse como Presidente do Brasil

Michel Temer, que substituiu a destituída Dilma Rousseff, é suspeito de pressionar Marcelo Calero a autorizar a construção de apartamentos de luxo numa zona histórica de Salvador para favorecer o ministro da Secretaria do Governo

O Presidente brasileiro, que há seis meses substituiu a destituída Dilma Rousseff, é suspeito de pressionar o seu ministro da Cultura, Marcelo Calero, que se demitiu na sexta-feira passada, para autorizar a construção de apartamentos de luxo numa zona histórica de Salvador, onde ministro-chefe da Secretaria do Governo, Geddel Vieira de Lima, comprou uma casa em planta.

Michel Temer nega a acusação, mas admite ter discutido o assunto com Marcelo Calero, que vetara os planos, precisamente por ser uma zona histórica junto ao mar.

Geddel Vieira de Lima apresentou a demissão nesta sexta-feira, um dia depois de o escândalo ter rebentado, tornando-se na sexta baixa do executivo de Temer desde que em maio assumiu a Presidência interina do Brasil (formalizada em agosto) e que ainda é questionada por muitos.

Marcelo Calero apresentou a demissão a 18 de novembro por divergências com outros membros do executivo de Temer, particularmente com o ministro-chefe da Secretaria de Governo, que faz a ponte entre executivo e Congresso. Geddel Vieira de Lima comprou um apartamento de luxo em Salvador, sua terra natal, num edifício de 30 andares a construir numa zona histórica, junto ao mar, mas sem a aprovação de Calero.

O Governo garante que se trata de um mal-entendido, porque a conversa de Temer com Calero (e também de Vieira de Lima) não foi no sentido de pressioná-lo a viabilizar a construção de luxo, mas o ex-ministro da Cultura disse, na quinta-feira, à polícia federal que foi pressionado por ambos a recuar na decisão.

A oposição questiona o interesse do Presidente num assunto pessoal e pede também a demissão de Michel Temer.

A continuidade de Geddel Vieira de Lima tornou-se insustentável depois de o Ministério Público brasileiro ter admitido a possibilidade de investigar o caso, escreve a agência Reuters, que cita fonte presidencial.

O jornal de São Paulo Estadão acrescenta que Marcelo Calero gravou as conversas com Michel Temer e Vieira de Lima.

Fonte policial disse, ainda, à Reuters que Temer disse ao ministro da Cultura, segundo o próprio Calero contou às autoridades, que a sua recusa em aprovar o projeto de construção daquele imóvel estava a criar "dificuldades operacionais para o seu Governo" e que devia encontrar uma solução junto dos advogados.

Além de Vieira de Lima e Calero, deixaram o Governo de Temer, sob suspeitas de corrupção, Romero Jucá, ministro do Planeamento, Fabiano Silveira da Transparência, Henrique Alves do Turismo e Fábio Osório da Advocacia-Geral da União.

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