Perto de 50 mortos, a maioria mulheres, em naufrágio a 200 km de Lampedusa - TVI

Perto de 50 mortos, a maioria mulheres, em naufrágio a 200 km de Lampedusa

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  • 11 jun 2020, 19:01
Migrante

Alerta às autoridades foi dado por pescadores, que encontraram corpos a flutuar ao largo das ilhas Kerkennah, na Tunísia

Perto de 50 pessoas, na maioria mulheres, morreram na sequência do naufrágio de uma embarcação que os transportava da Tunísia para Itália, segundo um novo balanço divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Defesa tunisino.

De acordo com a AFP, o alerta às autoridades foi dado por pescadores na terça-feira, que descobriram os corpos a flutuar ao largo das ilhas Kerkennah.

A embarcação clandestina terá saído da Tunísia na semana passada e levaria 53 pessoas a bordo.

Os migrantes, tunisinos e cidadãos procedentes de vários países de África, abandonaram a costa tunisina no dia 4 de junho, em direção à ilha vizinha de Lampedusa, tendo navegado à deriva durante dias.

As autoridades locais abriram uma investigação para esclarecer os factos, sem acrescentar mais detalhes.

A ilha italiana de Lampedusa fica a apenas 200 quilómetros de distância da costa tunisina.

Esta tragédia é a consequência inevitável da política migratória restritiva da União Europeia”, apontou a organização não governamental órum tunisino dos direitos económicos e sociais.

Os embarques clandestinos a partir das costas tunisinas aumentaram 156% entre janeiro e o fim de abril, comparado com o mesmo período do ano passado, indicou à AFP o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Os navios humanitários de resgate a migrantes que tentam atravessar o mar Mediterrâneo para chegar à Europa começaram agora a regressar às águas, após três meses de ausência devido à pandemia de Covid-19.

O barco ‘Mare Jonio’ da organização não-governamental (ONG) italiana ‘Mediterranea Saving Humans’ saiu na noite de terça-feira do porto de Trapani, na Sicília, para a sua oitava missão de resgate, informou na quarta-feira a organização em comunicado, citada pela agência EFE.

Desde 5 de junho que também já está na região o barco da ONG alemã ‘Sea Watch’.

"Nos últimos meses, o Mediterrâneo tem sido um deserto de humanidade, e onde ocorreram terríveis violações. Agora voltamos a fazer cumprir as convenções internacionais e a constituição que os Governos violam", explicou a porta-voz da organização em Itália, Giorgia Linardi.

A chegada de migrantes à Europa continuou incessantemente durante os últimos meses e, devido ao encerramento de portos por causa da pandemia, Itália disponibilizou um barco de transporte de passageiros para que aqueles que chegassem às suas margens pudessem ali passar o período de quarentena.

 

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