Vestida com um fato de banho vermelho, de ar sorridente e tranquilo, os braços à volta do cabelo e o mar em pano de fundo. A militar transexual Chelsea Manning sente-se livre e fala sobre essa liberdade na edição de setembro da revista Vogue.
A imagem, da autoria da consagrada Annie Leibovitz, foi partilhada pela própria militar no Instagram com a legenda: “A liberdade parece-se com isto”.
A militar, que esteve presa durante sete anos por ter divulgado cerca de 700.000 documentos confidenciais à Wikileaks, durante o mandato de Barack Obama, foi libertada em maio.
À revista Vogue, Manning afirmou que não se arrepende de nada.
Assumi a responsabilidade pelas minhas próprias decisões e ações", frisou
A norte-americana notou que não há meios legais para agir contra o governo quando este está a fazer algo de errado.
Acho que é importante lembrar que quando alguém vê o governo a fazer algo de errado – seja ilegal, imoral ou contra os princípios éticos – essa pessoa não tem meios disponíveis para agir. (...) Toda a gente dizia que devia ter usado as vias legais, mas essas não funcionam", explicou.
Com 29 anos, Manning nasceu Bradley, mas após a detenção assumiu que sempre se sentiu como Chelsea, ou seja, como uma mulher.
Agora, admitiu que desde a infância, passada na sua terra natal, a pequena cidade de Crescent, no estado do Oklahoma, sabia que era diferente.
Sabia que era diferente. Os professores estavam sempre a pressionar-me para ir brincar com os rapazes. (…) Passava muito tempo a questionar-me: 'o que se passa de errado comigo?'.”