Miriam Mason-Sesay e o filho, Kofi, de nove anos, regressaram na quinta-feira da Serra Leoa, onde Miriam se desloca todos os anos, em março e outubro, no âmbito do seu trabalho para uma fundação que visa criar escolas e melhorar as condições de acesso à educação das crianças africanas.
No entanto, a escola avisou Miriam de que não podia receber Kofi, porque muitos pais, alarmados com a transmissão do vírus do ébola, receavam a presença da mulher e da criança.
A direção da escola ainda tentou explicar aos pais, mas, não conseguindo demovê-los e perante os receios, viu-se forçada a pedir a Miriam Mason-Sesay que não se deslocasse à escola como estava combinado.
A britânica, que faz voluntariado na Serra Leoa desde 2000, não escondeu a deceção pela atitude dos pais e a «histeria» e a «ignorância» dos pais sobre as formas de contágio do ébola.
Em declarações ao «The Telegraph» e à Sky News, Miriam Mason-Sesay acrescentou que se sente «desapontada pelos pais pensarem que era capaz de colocar em risco» a vida das crianças.
Miriam explicou que morreram 600 pessoas com ébola num país com seis milhões e que ela e o filho não contactaram com ninguém com sintomas da doença. Mais, regressados ao Reino Unido, não lhes foram colocadas quaisquer restrições de circulação. No entanto, agora, ela e o filho são «tratados como leprosos».
Habituada às adversidades, Miriam concluiu, no entanto, que não é o fim do mundo se Kofi estudar em casa.