A marinha norte-americana abateu com sucesso, pela primeira-vez, uma réplica de um míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) no Espaço, a partir de um navio de guerra.
Este é um teste histórico, que se traduz num avanço do Pentágono no desenvolvimento de defesas contra mísseis capazes de atingir os Estados Unidos, e de se proteger de ameaças de países como a Rússia e a Coreia do Norte.
O míssil-alvo foi lançado esta segunda-feira a partir de uma área de testes dos Estados Unidos no atol Kwajalein, nas Ilhas Marshall, enquanto o intercetor foi disparado de um navio de guerra da Marinha dos EUA, localizado no oceano Pacífico, ao largo do Havai.
A versão de teste Standard Missile 3 Block IIA (SM-3 IIA) foi desenvolvida através de uma parceria entre a norte-americana Raytheon Missiles & Defense e a japonesa Mitsubishi Heavy Industries.
BREAKING 📰: “This first-of-its kind test shows the effectiveness of the SM-3 IIA against long-range threats.”
Learn more about the SM-3 Block IIA and its recent successful #homelanddefense flight test demonstration: https://t.co/UP1TqFjTaT pic.twitter.com/vb9nQ6haMy
— Raytheon Missiles & Defense (@RaytheonDefense) November 17, 2020
O vice-almirante da Marinha norte-americana e diretor da Agência de Defesa de Mísseis do Pentágono, Jon Hill, que conduziu o teste desta segunda-feira, referiu-se aos resultados obtidos como "uma realização incrível e um marco crítico" para o programa.
O departamento está a investigar a possibilidade de aumentar o sistema de defesa de interceção a partir da Terra, através de sensores e sistemas de armas adicionais para se proteger contra desenvolvimentos inesperados na ameaça de mísseis", disse Jon Hill.
A defesa antimísseis há muito tempo que é um obstáculo nas negociações de controlo de armas entre os EUA e a Rússia. Vários especialistas manifestam a preocupação de que este género de defesa militar possa desencadear um reforço do arsenal de mísseis de alcance intercontinental de potências nucleares como a China e a Rússia.