Avião: Ucrânia acusa separatistas de retirarem 38 corpos do local - TVI

Avião: Ucrânia acusa separatistas de retirarem 38 corpos do local

O Governo de Kiev diz ainda que estão a ser destruídas provas. Já terá sido feito um acordo para uma zona de segurança de 20 quilómetros

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O Governo ucraniano acusou este sábado os separatistas pró-russo de estarem a destruir provas no local onde se despenhou o avião da Malaysia Airlines, que terá sido abatido por um míssil quinta-feira no leste da Ucrânia. Dizem mesmo que foram removidos 38 cadáveres, avança a agência Reuters.

«O Governo afirma que os terroristas, com o apoio da Rússia, estão a tentar destruir provas de um crime internacional», lê-se num comunicado divulgado este sábado de manhã. No mesmo documento lê-se ainda que «segundo informações recolhidas pelo executivo, apurámos que os terroristas retiraram 38 corpos para a morgue de Donetsk e ameaçam fazer as suas próprias autópsias aos cadáveres».

Já este sábado, também em resposta às acusações de Kiev, o líder dos rebeldes veio garantir que que as caixas negras do avião não foram encontradas e que ninguém está «a mexer» ou a «comprometer» no local. Mas deixou aviso. Rebeldes podem começar a retirar os cadáveres.

OSCE não teve acesso «esperado» ao local do desastre

Sexta-feira, monitores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) afirmam não ter conseguido um corredor de acesso ao local dos destroços do avião da Malaysia Airlines.

Mas já este sábado, terá sido alcançado um acordo, feito por um grupo de contacto, que envolve a Ucrânia, a Rússia e a OSCE que cria, com o acordo dos separatistas, uma zona de segurança em redor da área onde caiu o avião.

A agência France Presse avança, citando o chefe dos serviços de segurança ucranianos, que as conversações resultaram na definição de uma zona de segurança de 20 quilómetros «para que a Ucrânia possa cumpirr um objetivo essencial: (...) identificar os corpos e devolvê-los às famílias».

Obama e Cameron querem investigação imediata

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, também concertaram já posições relativamente à necessidade «imediata» de uma investigação ao abate de um avião comercial da Malaysia Airlines.

«Os dois falaram sobre o derrube do avião da Malaysia Airlines sob o número 17 e concordaram que deve começar imediatamente uma investigação exaustiva, credível e sem entraves», revelou a Casa Branca em comunicado.

Os dois governantes mantiveram na noite de sexta-feira uma conversa telefónica.

Malaysia Airlines envia equipa de investigadores para Kiev

Uma equipa de ação em acidentes, incluindo dois investigadores de acidentes aéreos, foi enviada hoje para Kiev depois do primeiro-ministro malaio ter pedido ajuda o Presidente russo para aceder ao local do acidente do MH17.

O chefe do Governo da Malásia, Najib Razak, falou sexta-feira com Vladimir Putin sublinhando a necessidade de investigar o acidente onde morreram 298 pessoas, mas preocupado com a vulnerabilidade da região.

«Também disse a Putin que o local não deve ser alterado antes da equipa começar a investigar» acrescentou Najib Razak, citado pela agência malaia Bernama.

Investigação «justa e objetiva»

Entretanto, também o Presidente chinês, Xi Jinping, pediu uma investigação «justa e objetiva» do desastre do avião. Xi Jinping mostrou-se consternado com o caso e manifestou condolências aos familiares das 298 vítimas que seguiam a bordo do avião.

«Deve realizar-se uma investigação imparcial para conhecer a verdade do caso», instou Xi Jinping que está na Argentina em visita de Estado integrada no périplo pela América Latina.

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