A jornalista moldava Natália Morare da revista russa The New Times foi impedida este sábado de entrar na Rússia e expulsa do país, decisão que atribuiu a um artigo sobre o financiamento da campanha eleitoral pelo Kremlin, escreve a Agência Lusa.
A jornalista, cidadã da Moldávia, foi detida num dos aeroportos de Moscovo, o Domodedovo, quando regressava de uma viagem de trabalho com outros jornalistas de Israel.
«Foi proibida a sua entrada no território da Federação da Rússia»
«Foi-me literalmente dito isto: "foi proibida a sua entrada no território da Federação da Rússia". Quando perguntei por quem, disseram-me que tinham recebido uma ordem da direcção central do Serviço Federal de Segurança (ex-KGB)», declarou Natália Morare à rádio Eco de Moscovo.
Segundo a jornalista, um funcionário do serviço de fronteiras ter-lhe-á dito que «a proibição de entrada na Rússia pode vigorar de três a cinco anos».
Os funcionários do serviço de fronteiras propuseram à jornalista ou regressar a Israel ou voar para a Moldávia.
«Não me deram qualquer justificação. Nenhum deles se identificou. Responderam-me que posso receber todas as explicações na Embaixada da Moldávia da Federação da Rússia», acrescentou.
Natália Morare vive e trabalha na Rússia legalmente
Natália Morare frisou que tinha todos os documentos em ordem e que vivia e trabalhava na Rússia legalmente, sublinhando que esta decisão dos serviços secretos russos se deveu a um dos seus artigos publicados na revista semanal The New Times.
«Penso que a causa principal foi o último artigo publicado por mim e que tinha por título "Caixa Secreta do Kremlin". Aí, eu descrevi pormenorizadamente como a Administração Presidencial (da Rússia) financiou a última campanha eleitoral», afirmou.
Na edição da revista de 10 de Dezembro, Natália Morare escreveu que o Kremlin financiou ilegalmente as forças políticas controladas pela administração do presidente Vladimir Putin nas eleições legislativas de 2 de Dezembro, e castigou os desobedientes.
Por exemplo, segundo o artigo, o Kremlin prometera à União das Forças Liberais 150 milhões de dólares (103 milhões de euros) para financiar a campanha eleitoral deste partido liberal (cerca de um por cento de votos nas eleições), que acabou por nada receber por ter criticado a política do Presidente Putin e do seu partido Rússia Unida.
Jornalista expulsa da Rússia
- Portugal Diário
- 16 dez 2007, 10:37
Repórter moldava do The New Times criticou Kremlin sobre financiamento da campanha eleitoral
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