Jornalista expulsa da Rússia - TVI

Jornalista expulsa da Rússia

  • Portugal Diário
  • 16 dez 2007, 10:37
Putin recebido por Cavaco Silva (Foto Lusa/Paulo Carriço)

Repórter moldava do The New Times criticou Kremlin sobre financiamento da campanha eleitoral

Relacionados
A jornalista moldava Natália Morare da revista russa The New Times foi impedida este sábado de entrar na Rússia e expulsa do país, decisão que atribuiu a um artigo sobre o financiamento da campanha eleitoral pelo Kremlin, escreve a Agência Lusa.

A jornalista, cidadã da Moldávia, foi detida num dos aeroportos de Moscovo, o Domodedovo, quando regressava de uma viagem de trabalho com outros jornalistas de Israel.

«Foi proibida a sua entrada no território da Federação da Rússia»

«Foi-me literalmente dito isto: "foi proibida a sua entrada no território da Federação da Rússia". Quando perguntei por quem, disseram-me que tinham recebido uma ordem da direcção central do Serviço Federal de Segurança (ex-KGB)», declarou Natália Morare à rádio Eco de Moscovo.

Segundo a jornalista, um funcionário do serviço de fronteiras ter-lhe-á dito que «a proibição de entrada na Rússia pode vigorar de três a cinco anos».

Os funcionários do serviço de fronteiras propuseram à jornalista ou regressar a Israel ou voar para a Moldávia.

«Não me deram qualquer justificação. Nenhum deles se identificou. Responderam-me que posso receber todas as explicações na Embaixada da Moldávia da Federação da Rússia», acrescentou.

Natália Morare vive e trabalha na Rússia legalmente

Natália Morare frisou que tinha todos os documentos em ordem e que vivia e trabalhava na Rússia legalmente, sublinhando que esta decisão dos serviços secretos russos se deveu a um dos seus artigos publicados na revista semanal The New Times.

«Penso que a causa principal foi o último artigo publicado por mim e que tinha por título "Caixa Secreta do Kremlin". Aí, eu descrevi pormenorizadamente como a Administração Presidencial (da Rússia) financiou a última campanha eleitoral», afirmou.

Na edição da revista de 10 de Dezembro, Natália Morare escreveu que o Kremlin financiou ilegalmente as forças políticas controladas pela administração do presidente Vladimir Putin nas eleições legislativas de 2 de Dezembro, e castigou os desobedientes.

Por exemplo, segundo o artigo, o Kremlin prometera à União das Forças Liberais 150 milhões de dólares (103 milhões de euros) para financiar a campanha eleitoral deste partido liberal (cerca de um por cento de votos nas eleições), que acabou por nada receber por ter criticado a política do Presidente Putin e do seu partido Rússia Unida.
Continue a ler esta notícia

Relacionados