Salah Abdeslam foi capturado nesta sexta-feira, durante uma mega operação em Bruxelas de combate ao terrorismo e após quatro meses em fuga.
"Já o temos", escreveu o secretário de Estado belga para as Migrações, Theo Francken, na rede social Twitter, ainda a polícia belga não tinha confirmado a detenção.
O suspeito em fuga dos atentados de Paris foi detido às 16:40 locais (menos uma hora em Portugal continental) e devido a ferimentos numa perna foi transportado para o hospital Saint-Pierre em Bruxelas, confirmou o Procurador Federal belga, na conferência de imprensa que se seguiu à conclusão da operação e já depois de umas primeiras palavras do primeiro-ministro Charles Michel e do Presidente francês François Hollande.
No total da operação, que foi dada como concluída às 20:30 locais, foram detidas cinco pessoas (e não três como diria antes o primeiro-ministro), três delas membros da mesma família que escondeu Salah Abdeslam, e ainda Amine Choukri, cúmplice de Abdeslam, que também estava na lista dos serviços secretos.
Além destas cinco detenção, a Procuradoria belga confirma a existência de pelo menos um fugitivo, Mohamed Abrini, que foi filmado junto de Salah Abdeslam antes dos atentados numa estação de serviço nos arredores de Paris.
O procurador disse também que não é possível confirmar, para já, que Salah Abdeslam era um dos dois homens que conseguiram fugir do apartamento de Forest na terça-feira na sequência de outra operação policial. Nesse apartamento foi encontrado um passaporte sírio, armas e munições.
O primeiro-ministro belga Charles Michel e o Presidente francês François Hollande deram uma conferência de imprensa conjunta ao início da noite, na qual elogiaram a cooperação entre os dois países.
Detivemos Salah Abdeslam no quadro de investigações relacionadas com os atentados de Paris. É um sucesso nesta batalha contra o terrorismo e muito importante para a democracia e contra o abominável obscurantismo”, disse Charles Michel.
Já as primeiras palavras de François Hollande foram para as vítimas dos atentados de Paris e para as suas famílias, apontando o dedo a Salah Abdeslam por ser um dos participantes nos ataques. O Presidente francês pediu, por isso, ao Governo belga a extradição do terrorista belga "o mais rapidamente possível".
"Luta ainda não terminou", avisou Hollande, admitindo que o número de envolvidos nos atentados de Paris é muito superior ao inicialmente estimado.
O Presidente francês adiantou, igualmente, que vai reunir o Conselho de Segurança neste sábado de manhã.
As autoridades belgas realizaram três buscas em dois bairros da capital belga, duas em Molenbeek, onde estava o suspeito mais procurado pelas polícias francesa e belga após os ataques de 13 de novembro na capital francesa, e outra em Jettle.
De acordo com a televisão francesa France 2, um homem, que não foi identificado, avisou, de manhã, as autoridades do paradeiro de Salah Abdeslam naquela rua do bairro de Molenbeek.
Recorde-se que hoje a Procuradoria Federal Belga confirmou ter encontrado as impressões digitais de Salah Abdeslam no apartamento que foi alvo de buscas em Forest, Bruxelas, na terça-feira.
O suspeito dos atentados de Paris seria uma das duas pessoas que conseguiu fugir às autoridades na sequência da intervenção policial ao apartamento em Forest no início da semana e que resultou na morte de um suspeito ligado aos ataques, além de quatro agentes feridos na troca de tiros
A megaoperação que decorreu nesta sexta-feira estava programada para sábado, mas o facto de as autoridades terem sido alertadas sobre o paradeiro de Salah Abdeslam precipitou o arranque da operação.