Evereste: uma escalada (quase sempre) fatal - TVI

Evereste: uma escalada (quase sempre) fatal

Nos últimos 10 dias, três pessoas perderam a vida quando tentavam escalar o Monte Evereste, no Nepal. Atingir o ponto mais alto da Terra é um desejo que atrai muitos alpinistas, mas a falta de oxigénio pode ser fatal

O alpinista indiano Nava Kumar Phukon descia do ponto mais alto do Monte Evereste, a 8.850 metros de altitude, quando viu uma mulher a balançar-se de um lado para o outro - um sinal que, nos alpinistas, denuncia problemas de saúde. A mulher era Maria Strydom, uma australiana de 34 anos, que acabou por morrer, tornando-se na terceira pessoa a falecer nesta montanha do Nepal, nos últimos dez dias. 

Enquanto descia o Evereste, a deterioração das condições meteorológicas reduzia a visibilidade de tal forma que não conseguia ver a uma distância superior a três metros. A mulher estava em dificuldades, mas Pukhon não tinha como a ajudar. Ele próprio estava muito fraco, como contou à agência Reuters.

Eu não tinha uma bomba de oxigénio extra, roupas ou alimentos, nem mesmo água para lhe darEu próprio estava muito fraco."

Maria Strydom morreu no sábado. Não resistiu à descida do Evereste e tornou-se a terceira pessoa a morrer naquela montanha nos últimos dez dias.

Antes da australiana, na sexta-feira, um cidadão holandês tinha morrido na chamada “zona de morte”. Neste local, onde quase não existe oxigénio, só os mais aptos conseguem resistir.

Depois, no domingo, foi um cidadão indiano que não resistiu à exaustão da escalada.

Desde de 12 de maio, dia em que abriu a primeira época de escaladas no Evereste, duas pessoas desapareceram e 30 ficaram feridas.

Escalar e descer o Evereste não é para todos e há perigos a ter em conta, nomeadamente a falta de oxigénio. A alpinista Katja Staartjes explicou, em declarações à Euronews, que o cérebro e os pulmões são os primeiros órgãos a sentir a falta de oxigénio.

O mal da montanha é causado pela falta de oxigénio. O corpo começa a reagir. Normalmente, o cérebro e os pulmões deixam de ser irrigados e as consequências são fatais, na maior parte das vezes.”

As mortes de alpinistas são comuns no Evereste e os números deste ano estão dentro da média. Atingir o ponto mais alto da Terra é um desejo que atrai muitos alpinistas menos experientes, às vezes servidos por agências com fome para o negócio.

No ano passado, uma avalanche desencadeada por um sismo de magnitude 7,8 na escala de Richter atingiu a região e destruiu um acampamento de alpinistas.

Desde 1953, já morreram mais de 300 pessoas no Evereste.

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