Morreu o dramaturgo italiano Antonio Tarantino - TVI

Morreu o dramaturgo italiano Antonio Tarantino

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  • 21 abr 2020, 17:32
Antonio Tarantino

Tinha 82 anos, completados no passado dia 10, e tinha caído há algum tempo em casa. Foi internado e morreu em isolamento forçado, por causa da emergência sanitária, sozinho, mais ou menos como viveu

O dramaturgo italiano Antonio Tarantino, conhecido em Portugal por textos para teatro como “Stabat Mater” e “A Paz”, morreu em Turim, aos 82 anos, noticia esta terça-feira o jornal italiano La Repubblica.

Conhecido como um dramaturgo rude e desencantado, amado pelas novas gerações, Antonio Tarantino chegou ao teatro em 1993 impondo-se com os textos "Stabat Mater" e com a coleção "Quatro Atos Profanos”.

Para o teatro italiano contemporâneo, tem sido um ponto de referência, um escritor irregular em todos os sentidos, pela sua biografia, pela sua linguagem, pelas suas tramas que deixaram uma marca importante.

Segundo noticia o La Repubblica, Antonio Tarantino morreu em Turim. Tinha 82 anos de idade, completados no passado dia 10, e tinha caído há algum tempo em casa. Foi internado e morreu em isolamento forçado, por causa da emergência sanitária, sozinho, mais ou menos como viveu.

Nascido em Bolzano, em 1938, o dramaturgo começou por ser pintor autodidata, tendo decidido, já depois dos seus 50 anos e sem saber bem porquê, começar a escrever para teatro.

Os seus primeiros trabalhos “Stabat Mater" e "Paixão Segundo João”, remontam ao início dos anos de 1990, foram publicados na coleção Livrinhos de Teatro, dos Artistas Unidos, e ganharam o prémio Riccione, um importante prémio de escrita teatral, em Itália.

Posteriormente escreveu “Vésperas da Virgem Santíssima" e "Brilharetes”.

Estes quatro trabalhos foram originalmente dirigidos pelo encenador franco-tunisino Cherif, e receberam o prémio UBU em 1998, galardão que voltou a ser concedido a Antonio Tarantino por “Quatro Atos Profanos”, em 2010.

Escreveu ainda “Materiali per Una Tragedia Tedesca” ("Materiais para Uma Tragédia Alemã", em tradução livre), que voltou a ganhar o prémio Riccione e o prémio UBU, em 1997 e em 2000, respetivamente.

Ainda em 2000, escreveu “Stranieri” ("Estrangeiros") e, até 2005, produziu “La Casa de Ramallah”, “La Passe”, “Trattato di Pace”, “Non é che Un Piccolo Problema” ("Não é mais do que um pequeno problema").

Para os Artistas Unidos, escreveu “A Coxa Vai Parir Mas o Bebé Quer Lá Saber de Nascer”, integrado no espetáculo "Conferência de Imprensa e Outras Aldrabices", em homenagem a Harold Pinter, levado à cena em 2004.

Também pelos Artistas Unidos foi realizada uma leitura de “A Casa de Ramallah”, dirigida por João Meireles e integrada no Festival de Almada, em 2004.

No ano seguinte, os Artistas Unidos estrearam “Paixão Segundo João”, com encenação de Jorge Silva Melo, que repuseram em 2006, o mesmo ano em que estrearam “Stabat Mater”, também com encenação de Jorge Silva Melo, com interpretação de Maria João Luís.

Esta companhia de teatro regressou em 2011 a Tarantino, com a produção “Brilharetes”.

Antonio Tarantino teve um grande reconhecimento em Itália e em França, onde são regularmente montadas peças de teatro da sua autoria.

Os seus textos mais recentes são “Gramsci em Turi”, sobre os anos de prisão do teórico marxista Antonio Francesco Gramsci, e “Cara Medeia”, publicados na Ubulibri.

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