Carlo Benetton, o mais novo dos irmãos fundadores da marca de moda italiana “United Colors of Benetton”, morreu aos 74 anos, em Treviso, no norte de Itália, refere a AFP.
O empresário, pai de quatro filhos, morreu em casa devido a uma doença que lhe foi diagnosticada há seis meses e se agravou nos últimos tempos, informou esta terça-feira o grupo Benetton.
Carlo Benetton nasceu a 26 de dezembro de 1943 em Morgano, uma localidade vizinha de Treviso.
Em 1965, juntamente com os irmãos Luciano, Gilberto e Giuliana, Carlo fundou a empresa Benetton, na localidade de Ponzano Veneto, no nordeste da península, especializada no fabrico e na comercialização de tecidos e camisolas.
O império da família Benetton cresceu nos anos 1980 graças às inovadoras camisolas de lã em cores fortes. A marca expandiu-se para todo o mundo com lojas em 100 países e fábricas em países de mão de obra muito barata.
A marca "United Colors of Benetton" protagonizou, também na década de 1990, verdadeiros escândalos devido às chocantes campanhas publicitárias idealizadas pelo fotógrafo Oliviero Toscani a favor da integração racial e dos direitos humanos, como a de uma mulher negra a amamentar um bebé de raça branca ou a da “UnHate”, que mostra o Papa Bento XVI a beijar na boca Ahmed Mohamed el-Tayeb, imã da mesquita de Al-Azhar, no Cairo, Obama a beijar o presidente chinês Hu Jintao e noutra imagem a beijar Hugo Chávez, Merkel a beijar Sarkozy, e um beijo entre os líderes de Israel e Palestina. Veja AQUI as fotos.
Os irmãos Benetton decidiram reformar-se em 2003 e deixar a administração da fortuna nas mãos de executivos.
O grupo Benetton fechou o ano de 2017 com uma perda de 180 milhões de euros, a maior da sua história, e por isso Luciano, de 83 anos, decidiu tomar as rédeas da empresa e mudar de estratégia de forma a reconquistar clientes em todo o mundo.
Luciano Benetton explicou, em novembro de 2017, numa entrevista ao jornal La Repubblica, que assistir ao declínio da "United Colors of Benetton" era "uma dor intolerável". Para o empresário, o "pecado mais grave" tinha sido "parar de fazer camisolas".
Ao mudar para o “look” total, diversificando-se em roupas, a marca perdeu o que era seu ADN e, ao mesmo tempo, teve dificuldade em renovar-se quando marcas da "fast fashion", como H&M, Zara ou Uniqlo, entraram no mercado.