Rob O'Neill foi um dos 23 militares das forças especiais SEAL que viajaram para Abbottabad, no Paquistão, na noite de 2 de maio de 2011. Sabia-se que o ataque tinha acontecido na própria casa de Bin Laden, mas não havia informações claras sobre como é que o líder talibã tinha morrido. Agora, Tom O'Neill afirmou ao «MailOnline» que foi o filho que disparou três tiros sobre a testa de Bin Laden.
Apesar do documentário da Fox News poder ser a primeira vez em que surge a falar da operação fora da esfera do anonimato, a verdade é que O’Neill já foi anteriormente entrevistado para a revista «Esquire», na altura identificado como «The Shooter», (O Atirador). Nessa entrevista, conduzida por Phil Bronstein, O’Neill explicou a importância da operação no Paquistão.
«Não sou religioso, mas sempre senti que me puseram na Terra para fazer algo específico. Depois daquela missão, soube o que era», disse, em declarações à revista.
O’Neill t em 38 anos e cresceu em Butte, no estado do Montana. Começou a carreira militar com 19 anos e, após 16 anos ao serviço das forças norte-americanas, resolveu abandonar os SEAL recentemente. Agora, casado e com filhos, é frequentemente visto como orador em palestras sobre treino e planeamento militar.
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— Robert O'Neill (@mchooyah) August 25, 2014
Great event in Vegas... No clocks.... What time is it?? pic.twitter.com/xXNcfUtEbS
— Robert O'Neill (@mchooyah) September 11, 2014
Como membro dos SEAL participou em centenas de missões de combate, incluindo no Iraque e no Afeganistão. Três das mais importantes missões em que participou até foram adaptadas a grande ecrã, em produções de Hollywood:
- «Zero Dark Thirty», sobre a operação eu levou à morte de Bin Laden - agora sabe-se que O'Neill foi o responsável pela morte do antigo líder talibã;
- «Captain Philips», que retrata a operação de resgate de um barco tomado pelos piratas da Somália - O’Neill foi o primeiro comando a chegar à embarcação Maersk Alabama;
- «Lone Survivor», O'Neill ajudou a resgatar Marcus Luttrell, o único sobrevivente depois de uma missão falhada para capturar um líder talibã no Afeganistão.
Nothing but love for @AndersonColt #navyseal pic.twitter.com/f3tmslLorh
— Robert O'Neill (@mchooyah) November 5, 2014
Decisão Polémica
Não são claras as razões que levaram O'Neill a revelar-se agora. Sabe-se, contudo, que depois de ter decidido abandonar os SEAL com 16 anos de serviço, ao invés dos 20 estipulados, o norte-americano perdeu alguns dos benefícios de que poderia usufruir se ficasse durante mais quatro anos.
Esta aparição pública, no entanto, não está a ser bem aceite no seio das forças especiais norte-americanas. Numa carta aberta aos atuais e antigos comandos, os mais altos responsáveis dos SEAL fizeram saber que o voto de silêncio é um dos aspetos mais importantes na vida daqueles operacionais.
O comunicado vai mais longe e deixa em aberto a possibilidade de O’Neill ser processado.«Um dos nossos valores éticos mais importantes é: ‘eu não faço publicidade ao meu trabalho e não procuro reconhecimento pelas minhas ações. Quem viola este princípio não é um bom colega de equipa, nem representa as forças especiais da marinha», lê-se na carta.
Em declarações ao «MailOnline», o pai Tom O'Neill não vê razões para a polémica.«A informação confidencial está protegida por lei. Todos os que estão expostos a informação confidencial têm a obrigação de proteger essa informação […] Procuramos ações judiciais para todos os que violem a lei», lê-se.
«O que é que é suposto fazer quando se sai com uma carreira militar como esta - ser um funcionário do Walmart? Eu apoio-o em tudo o que ele está a fazer», afirmou.