Cólera mata 180 pessoas no Iémen - TVI

Cólera mata 180 pessoas no Iémen

  • SP
  • 16 mai 2017, 10:18

Foi ativado estado de emergência na capital do país, Sanaa. Ministério da Saúde apela à ajuda dos doadores para enfrentar "desastre sem precedentes"

A cólera matou, pelo menos, 115 pessoas na capital do Iémen, Sanaa, informou a agência de notícias Saba. No passado domingo, as autoridades decretaram estado de emergência devido ao surto e pediram ajuda internacional para evitar o desastre. No total do país há registo de 180 vítimas mortais.

Sanaa é controlada pelo movimento armado Houthi, alinhado com o Irão e luta contra uma coligação apoiada pelo Ocidente, liderada pelos sauditas. Mais de 10 mil pessoas foram mortas e milhões deslocados, em mais de dois anos de guerra. Um conflito que também destruiu grande parte da infra-estrutura do país.

De acordo com as Nações Unidas, pelo menos dois terços da população não têm acesso a água potável, situação agravada pelo facto de que apenas algumas instalações médicas estarem em pleno funcionamento. 

O que está a acontecer hoje excede todas as capacidades de qualquer sistema de saúde saudável. Como podemos lidar com a situação se estamos nestas condições difíceis e complicadas?", disse o ministro da saúde Mohammed Salem bin Hafeedh, citado pelo The Guardian.


O ministro pediu às organizações humanitárias e aos doadores de ajuda que ajudem a evitar um "desastre sem precedentes". Foram registados mais de 8 mil suspeitas de cólera em Sanaa e noutras províncias do Iémen, entre 27 de abril e 13 de maio, e mais de 200 foram confirmados em laboratório.

Anteriormente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que mais de 7,6 milhões de pessoas no Iémen viviam em áreas de alto risco de transmissão de cólera, sendo que, até ao momento, a organização já contava com 51 mortos devido à doença.

A cólera é uma doença infecciosa aguda, transmissível e perigosa. Caracteriza-se por uma infecção intestinal grave, que gera fortes diarreias e vómitos e pode levar à morte em decorrência da desidratação. O tratamento tem de ser imediato e a única forma de prevenção, além da vacinação, passa pela melhoria das condições de saneamento e do acesso a água potável.

No mês passado, a OMS afirmou que só 45% dos centros de saúde estavam em pleno funcionamento e que o fluxo de "medicamentos essenciais" caiu quase 70%.

Estima-se que 17 milhões dos 26 milhões de habitantes do Iémen não disponham de alimentos suficientes e pelo menos três milhões de crianças estejam desnutridas e em "grave perigo".

A fome colocou o Iémen como um dos quatro países em elevado risco de morte, juntamente com o Sudão do Sul, a Nigéria e a Somália.

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