Morreu, na segunda-feira, mais um homem no Evereste, aumentando para 11 o número de vítimas mortais na montanha mais alta do mundo desde março. Mês a partir do qual se tornou possível subir à montanha nepalesa.
A última vítima é o norte-americano Cristopher Kulish, de 62 anos. O advogado morreu depois de ter atingido o cume, a 8.848 metros de altitude. Acabou por se sentir mal quando descia, perto dos 7.900 metros.
Ele morreu a fazer o que gostava”, disse o irmão.
A família de Kulish revelou que o homem "viu o último pôr do sol na chegada ao Evereste", pertecendo assim ao Clube das Sete Subidas (ver tabela).
Clube | das Sete | Subidas |
Evereste | Nepal | 8.848 metros |
Aconcágua | Argentina | 6.961 metros |
Monte Denali | Alasca | 6.168 metros |
Kilimanjaro | Tanzânia | 5.895 metros |
Monte Elbrus | Rússia | 5.642 metros |
Maciço Vinson | Antártida | 4.892 metros |
Pirâmide Carstenz | Indonésia | 4.884 metros |
O bom tempo que se tem feito sentir nas últimas semanas atraiu um número recorde de pessoas para escalar o Evereste. Foram mais de 400 montanhistas que se aventuraram na subida à montanha nepalesa desde março.
A falta de experiência dos alpinistas e o crescimento das expedições são os fatores que, segundo os especialistas, mais contribuem para o avolumar da tragédia, assim como o agravamento inesperado das condições meteorológicas. No espaço de uma semana, cinco pessoas morreram porque a quantidade de alpinistas que se encontravam no cume da montanha não permitiu uma descida mais rápida, expondo-os aos elementos atmosféricos durante demasiado tempo.
Um dos montanhistas, que está numa expedição, confirma a sobrelotação nas subidas: “Perto de 100 montanhistas subiram ao cume nos últimos dois dias”, escreveu numa publicação no Instagram, a 19 de maio, afirmando que “infelizmente houve duas mortes”.
Com apenas um caminho para o cume, os atrasos provocados pela sobrelotação podem revelar-se fatais”, escreveu um alpinista Robin.
Àquela altitude, e devido à rarefação do ar, um ser humano consegue sobreviver poucos minutos sem a ajuda suplementar de oxigénio. A demora na descida pode ser fatal para algumas pessoas que desenvolvem complicações devido à falta de oxigénio no sangue.
Ameesha Chauhan, uma das sobreviventes dos últimos engarrafamentos no Evereste, afirma ter visto “muitos alpinistas sem as capacidades necessárias a confiarem tudo aos guias”.
Muitos montanhistas morreram devido à própria negligência. Insistiram em chegar ao topo mesmo com o oxigénio a acabar”, disse Chauhan