A preocupação em torno de Morteza Samadi, o fotojornalista afegão detido pelos talibãs enquanto cobria o protesto das mulheres, em Herat, no Afeganistão, está a aumentar, após terem surgido novos relatos de que os Talibã voltaram a executar pessoas ligadas à manifestação.
O jovem freelancer foi apenas um dos vários jornalistas detidos no início do mês de setembro, mas é o único que ainda não foi libertado, aumentando o receio de que o destino de Samadi tenha sido idêntico ao de algumas pessoas detidas em Cabul, que alegam ter sido vítimas de espancamentos e tortura prolongada.
Os rumores intensificaram-se após vários cadáveres de pessoas condenadas e executadas pelo grupo extremista terem sido expostos em público na principal praça de Herat. Um dos principais líderes do grupo islâmico já tinha alertado que as execuções e amputações voltariam a ser utilizadas no Afeganistão.
Quando começaram a circular os primeiros rumores acerca da morte do fotojornalista, os talibãs publicaram uma nota onde desmentiam a execução e garantiam que o jovem, de 21 anos, seria libertado assim que ficasse comprovado não representar um perigo “para a segurança nacional”.
Ao The Guardian, o irmão de Morteza Samadi revelou que o grupo islâmico não partilha qualquer informação sobre onde e como está o fotojornalista, mas acredita que o jovem está a ser acusado de incitar os protestos.
Não tive qualquer informação acerca do destino do meu irmão, há mais de três semanas”, afirmou ao jornal britânico.