Covid-19: Reino Unido está num “ponto crítico” e a caminhar na "direção errada" - TVI

Covid-19: Reino Unido está num “ponto crítico” e a caminhar na "direção errada"

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  • CE - Notícia atualizada às 12:15
  • 21 set 2020, 10:28
Covid-19 no Reino Unido

As conclusões são de Chris Whitty, diretor geral de Saúde de Inglaterra, e Patrick Vallance, assessor científico do governo britânico

O Reino Unido está num "ponto crítico" da pandemia de covid-19 e a caminhar na "direção errada", de acordo com o diretor geral de Saúde de Inglaterra, Chris Whitty.

A tendência no Reino Unido está a ir na direção errada e estamos num ponto crítico da pandemia. Estamos a analisar os dados para ver como controlar a disseminação do vírus antes de um período de inverno muito complicado", diz Whitty, de acordo com excertos divulgados antecipadamente de uma declaração pública especial que fará esta segunda-feira sobre a situação.

Assessor científico alerta para risco de 200 mortes por dia no Reino Unido

O Reino Unido poderá registar 200 mortes por dia em novembro se a pandemia de covid-19 continuar a avançar ao ritmo atual, avisou o principal assessor científico do Governo britânico, Patrick Vallance.

Numa declaração pública transmitida na televisão, Vallance disse que o número de infeções está a duplicar cada sete dias e que, se este ritmo continuar, em meados de outubro o Reino Unido poderá ter 50 mil casos por dia. 

No domingo, o Reino Unido anunciou ter registado mais 3.899 novas infeções e 18 mortes de covid-19 nas 24 horas anteriores, isto depois do sábado ter contabilizado 4.422 novos casos, o número mais alto desde maio.

Cinquenta mil casos por dia levariam, um mês mais tarde, em novembro, a cerca de 200 mortes por dia”, avisou Vallance, alertando que esta não é uma previsão de como a situação vai evoluir, mas "pretende mostrar a rapidez com que pode evoluir se a duplicação continuar”.

 

Já existem medidas em vigor que devem desacelerar e garantir que não entremos nesse crescimento exponencial e acabemos com os problemas que se podem prever como consequência. Mas requer rapidez, requer ação e requer [medidas] suficientes para ser capaz de reduzir [os números]”, vincou. 

O diretor geral de Saúde, Chris Whitty, que também interveio na declaração feita para a televisão, disse que o Governo está a tentar avaliar a melhor maneira de "controlar a propagação do vírus antes de um período de inverno muito difícil”.

Whitty disse que os próximos seis meses vão ser complicados e que a mortalidade pode aumentar, não só devido a mortes diretas, mas também devido à potencial sobrecarga dos serviços de saúde públicos, que poderão resultar em mortes indiretas devido à redução de tratamentos ou diagnósticos a outros tipos de doença. 

Esta foi a primeira declaração pública de Vallance e Whitty para a televisão sem a presença de um membro do Governo. 

A imprensa britânica tem especulado sobre um potencial anúncio de novas medidas nos próximos dias pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

Além de ter proibido ajuntamentos de mais de seis pessoas e imposto restrições adicionais em regiões do norte e centro de Inglaterra devido a surtos localizados, no domingo o governo britânico anunciou novas sanções para quem não respeitar as regras. 

As pessoas que testem positivo ou apresentem sintomas de coronavírus devem auto-isolar-se durante 14 dias, senão podem ser penalizadas com multas de mil libras (1.090 euros) até dez mil libras (11 mil euros), no caso de reincidência.

Para encorajar o cumprimento das regras, as pessoas com rendimentos baixos poderão receber uma ajuda de 500 libras (545 euros), caso não tenham a possibilidade de recorrerem ao teletrabalho no período de quarentena.

O Reino Unido é o país com o maior número de mortos na Europa e o quinto a nível mundial, atrás dos EUA, Brasil, Índia e México.

Desde o início da pandemia de covid-19, o Reino Unido contabilizou 41.777 óbitos e 394.257 de casos de contágio confirmados.

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