O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na quinta-feira que, após ser redigida a nova Constituição do país, vai propor “de forma expressa” que esta seja submetida a um referendo, antes de ser aprovada. A notícia surge numa altura em que o número de mortos causados pelos protestos que têm marcado o país nos últimos dois meses sobe para 62.
No final do processo, certamente que vou propor de maneira aberta, expressa e taxativa, que a nova Constituição passe por um referendo consultivo para que seja o povo a dizer se está de acordo com a nova Constituição reforçada, ou se não está de acordo”, afirmou Maduro durante um conselho de ministros.
O líder venezuelano fez esta declaração horas depois de a procuradora-geral do país, Luisa Ortega, pedir um esclarecimento à Sala Constitucional do Supremo Tribunal de Justiça por ter dado ‘carta-branca’ a Maduro para convocar uma Assembleia Constituinte sem convocar previamente um referendo.
A crise na Venezuela tem-se intensificado nas últimas semanas, marcadas pelos confrontos entre as forças do regime e os oposicionistas de Maduro.
De resto, o número de mortos registados em confrontos não para de aumentar. A mais recente vítima é uma mulher de 46 anos, que foi atingida por disparos durante uma manifestação no estado venezuelano de Lara.
O Ministério Público venezuelano confirmou que está a investigar “a morte de María Rodríguez (46), que foi alvo de um disparo durante uma manifestação”, na localidade de El Cují.
Assim, sobe para 62 o número de mortos provocados pelos protestos no país nos últimos dois meses.
Na quinta-feira, o Governo português estimou que entre 3.000 e 4.000 luso-venezuelanos regressaram à Madeira por causa da crise na Venezuela, admitindo que o número possa vir a aumentar.