Mais de 100 condutores da Uber acusados de abuso sexual - TVI

Mais de 100 condutores da Uber acusados de abuso sexual

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  • 1 mai 2018, 12:33
Uber

Investigação foi feita nos Estados Unidos. Empresa garantiu que pretende instalar um novo sistema de segurança na aplicação, onde os passageiros podem partilhar os detalhes da viagem ou carregar num "botão de emergência"

Pelo menos 103 motoristas da Uber, nos EUA, estão acusados de abuso sexual a várias mulheres durante as viagens, de acordo com uma investigação publicada esta segunda-feira pela CNN. A cadeia de televisão norte-americana baseou a sua investigação em dados de relatórios policiais e processos em tribunal dos últimos anos, aos quais teve acesso.

Um dos episódios relatados na investigação conta a história de uma mulher que decidiu chamar um Uber, em San Diego, na Califórnia, depois de uma noite com alguns excessos de álcool. Por estar a sentir-se enjoada, pediu ao motorista que parasse o carro para poder vomitar. Minutos depois, diz ter perdido a consciência e, quando acordou, tinha o condutor "em cima dela" a violá-la. Ainda assim, a mulher conseguiu fugir e chamar o 911 (112 em Portugal).

Mais tarde as autoridades terão conseguido identificar e deter o motorista, John David Sanchez, de 54 anos, condenado a 80 anos de prisão em novembro do ano passado, por violação de passageiros da Uber.  A polícia encontrou vários vídeos de Sanchez (no seu computador pessoal) a abusar de dezenas de mulheres e adolescentes, que eram também drogadas pelo mesmo homem.

Mas este é apenas um dos 103 motoristas envolvidos em casos de abuso sexual a passageiros, nos últimos quatro anos, nos EUA. De acordo com a investigação, dos mais de 100 acusados, pelo menos 31 foram já condenados e dezenas de outros processos criminais estão ainda decorrer. 

Apesar de a empresa ainda não se ter manifestado, especificamente, sobre a investigação em causa, o diretor executivo da empresa Dara Khosrowshashi, afirmou à CNN que reprimir o abuso sexual será "uma nova prioridade". 

A Uber garantiu ainda que pretende instalar um novo sistema de segurança na aplicação, onde os passageiros podem partilhar os detalhes da viagem ou carregar num "botão de emergência" que permite chamadas para o 911 no imediato. 

Este é apenas um começo e estamos comprometidos em fazer mais", disse um porta-voz da empresa à mesma fonte. "A violação sexual é um crime horrível que não tem lugar em lado nenhum. Embora o Uber não seja imune a esse tipo de questão social, queremos fazer parte de uma solução que acabe com as violações para sempre", acrescentou. 

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