A chegada de Frank de Boer ao Crystal Palace arrumou as principais mudanças de treinadores em aberto nas grandes Ligas. Foram muitas movimentações, embora ainda assim menos mediáticas do que há um ano, quando em Inglaterra, por exemplo, tanto o Manchester United e o City como o Chelsea mudaram o homem do leme. Deixando ainda em aberto alguma alteração que venha a acontecer até ao arranque oficial das temporadas, o que não é de excluir, um olhar para os bancos dos cinco grandes campeonatos e da Liga portuguesa revela tendências. Mostra como a Premier League é cada vez mais o campeonato mais aberto a estrangeiro, e mostra Portugal no outro extremo. E também menor representação nacional lá fora em relação à última época, mantendo-se no entanto entre os países que colocam mais técnicos nos campeonatos estrangeiros.
Pela primeira vez em cinco épocas, a Liga prepara-se para arrancar apenas com treinadores nacionais. Não acontecia desde 2012/13. É um facto que a época passada terminou só com técnicos portugueses no banco, mas começou com quatro estrangeiros: PC Gusmão (Marítimo), Julio Velazquez (Belenenses), Fabiano Soares (Estoril) e Erwin Sanchez (Boavista).
São 18 treinadores portugueses, depois de cinco mudanças nos bancos neste defeso. Apesar de tudo um verão tranquilo, sobretudo se compararmos com a loucura que foi a temporada, com nada menos que 19 mudanças de técnicos no decorrer do campeonato, mais do que o número de clubes da Liga.
Além dos 18 na Liga, Portugal tem três treinadores nos cinco «grandes» campeonatos da Europa: José Mourinho e Marco Silva em Inglaterra, este depois de ter trocado o Hull City pelo Watford, mais Leonardo Jardim no Mónaco. Em relação à última temporada perdeu Paulo Sousa em Itália e dois técnicos em França: Sérgio Conceição, que trocou o Nantes pelo FC Porto, mais Rui Almeida, que orientou o despromovido Bastia.
Mas ainda assim não há muitas nacionalidades mais representadas fora do seu país. Aí destaca-se a Argentina, com seis representantes: três em Espanha (Diego Simeone, Eduardo Berizzo e Luis Zubeldia), dois em Inglaterra (Mauricio Pochettino e Mauricio Pellegrino) e um em França (Marcelo Bielsa). Segue-se a Espanha, com quatro: Pep Guardiola e Rafa em Inglaterra, a que se juntam Unay Emery e Oscar Garcia em França. A Liga espanhola, essa, tem 15 treinadores nacionais nas suas 20 equipas.
A Itália é o campeonato que mais se aproxima de Portugal na opção por treinadores nacionais: são 18 dos 20 que orientam clubes da Serie A. E também tem três técnicos nas outras grandes Ligas, que em breve serão muito provavelmente quatro. Os treinadores italianos perderam representação na Premier League, onde já só está o campeão Antonio Conte, mas ainda têm Carlo Ancelotti na Alemanha e agora Claudio Ranieri no Nantes. A estes deverá juntar-se Roberto de Zerbi, o treinador que já foi anunciado como esolhido pelo Las Palmas, mas ainda não assinou, devido a um diferendo em aberto com o Palermo.
Se o normal é cada Liga ter maioria de treinadores nacionais, a Premier League é exceção. Já não é de hoje, mas na época que agora vai começar prepara-se para ter apenas quatro treinadores ingleses no banco.
De entre as grandes Ligas, a espanhola foi a que mudou mais treinadores neste defeso, um total de oito. Algumas mudanças forçadas por saídas voluntárias dos treinadores, como Ernesto Valverde, que assumiu o Barcelona e deixou o lugar vago no At. Bilbao, ou Jorge Sampaoli, que trocou o Sevilha pela seleção da Argentina.
Seguem-se Alemanha e Itália, ambas com quatro, depois Inglaterra e França, com três. A mudança mais mediática na Bundesliga foi a do Borussia Dortmund, de onde saiu Thomas Tuchel. Em Itália houve mudanças relevantes, mas foi uma verdadeira dança de cadeiras. Luciano Spalletti deixou a Roma para assumir o Inter, de onde saiu Stefano Pioli para a Fiorentina. A contratação de Eusebio Di Francesco pela Roma deixou o lugar de técnico do Sassuolo vago e foi Cristian Bucchi, que estava no Perugia, a ocupá-lo.
Foi Paulo Sousa quem ficou sem cadeira nesta dança e o português é um dos técnicos ainda sem clube por esta altura. Há outros bem mais mediáticos, a começar por Thomas Tuchel ou por Luis Enrique.
As mudanças e o ponto de situação dos treinadores nas principais Ligas europeias:
Inglaterra
Clube |
Entrou |
Saiu |
Crystal Palace |
Frank de Boer |
Sam Allardyce |
Southampton |
Mauricio Pellegrino |
Claude Puel |
Watford |
Marco Silva |
Walter Mazzarri |
Continuam
Arsenal – Arséne Wenger
Bournemouth – Eddie Howe
Brighton – Chris Hughton
Burnley – Sean Dyche
Chelsea – Antonio Conte
Everton - Ronald Koeman
Huddersfield – David Wagner
Leicester – Craig Shakespeare
Liverpool – Jurgen Klopp
Manchester City – Pep Guardiola
Manchester United – José Mourinho
Newcastle – Rafa Benitez
Stoke City – Mark Hughes
Swansea – Paul Clement
Tottenham – Mauricio Pochettino
West Bromwich – Tony Pulis
West Ham – Slaven Bilic
Espanha
Clube |
Entrou |
Saiu |
Alavés |
Luis Zubeldia |
Mauricio Pellegrino |
At. Bilbao |
José Angel Ziganda |
Ernesto Valverde |
Barcelona |
Ernesto Valverde |
Luis Enrique |
Betis |
Quique Setién |
Victor Sanchez del Amo |
Celta Vigo |
Juan Carlos Unzué |
Eduardo Berizzo |
Las Palmas |
Roberto de Zerbi* |
Quique Setién |
Sevilha |
Eduardo Berizzo |
Jorge Sampaoli |
Valencia |
Marcelino Toral |
Voro |
*por oficializar
Continuam
At. Madrid – Diego Simeone
Deportivo Corunha – Pep Mel
Eibar – Jose Luis Mendilibar
Espanhol – Quique Flores
Getafe – Jose Bordalas
Girona – Pablo Machin
Leganés – Asier Garitano
Levante – Juan Muniz
Málaga – Michel
Real Madrid – Zinedine Zidane
Real Sociedad – Eusebio Sacristan
Villarreal – Fran Escribá
Itália
Clube |
Entrou |
Saiu |
Roma |
Eusebio Di Francesco |
Luciano Spalletti |
Inter |
Luciano Spalletti |
Stefano Pioli* |
Fiorentina |
Stefano Pioli |
Paulo Sousa |
Sassuolo |
Cristian Bucchi |
Eusebio Di Francesco |
*Saiu a três jogos do final da época
Continuam:
Atalanta – Gian Piero Gasperini
Benevento – Marco Baroni
Bolonha – Roberto Donadoni
Cagliari – Massimo Rastelli
Chievo – Rolando Maran
Crotone – Davide Nicola
Génova – Ivan Juric
Hellas Verona – Fabio Pecchia
Juventus – Massimiliano Allegri
Lazio – Simone Inzaghi
Milan – Vincenzo Montella
Nápoles – Maurizio Sarri
Sampdoria – Marco Giampaolo
SPAL – Leonardo Semplici
Torino – Sinisa Mihaljovic
Udinese - Luigi Del Neri
Alemanha
Clube |
Entrou |
Saiu |
Borussia Dortmund |
Peter Bosz |
Thomas Tuchel |
Bayer Leverkusen |
Heiko Herrlich |
Roger Schmidt |
Mainz |
Sandro Schwarz |
Martin Schmidt |
Schalke 04 |
Domenico Tedesco |
Markus Weinzierl |
Continuam:
Augsburgo - Manuel Baum
Bayern Munique - Carlo Ancelotti
Borussia MGladbach - Dieter Hecking
Colónia - Peter Stoger
Eintracht Frankfurt - Niko Kovac
Estugarda - Hannes Wolf
Friburgo - Christian Streich
Hamburgo - Markus Gisdol
Hannover - Andre Breitenreiter
Hertha - Pal Dardai
Hoffenheim - Julian Nagelsmann
RB Leipzig - Ralph Hasenhuttl
Werder Bremen - Alexander Nouri
Wolfsburgo - Andries Jonker
França
Clube |
Entrou |
Saiu |
Lille |
Marcelo Bielsa |
Franck Passi |
Nantes |
Claudio Ranieri |
Sérgio Conceição |
Saint-Etiènne |
Oscar Garcia |
Christophe Galtier |
Continuam:
Amiens - Christophe Pélissier
Angers - Stéphane Moulin
Bordéus - Jocelyn Gourvennec
Caen - Patrice Garande
Dijon - Olivier Dall’oglio
Estrasburgo Thierry Laurey
Guingamp - Antoine Kombouaré
Lyon - Bruno Genesio
Marselha - Rudi Garcia
Metz - Philippe Hinschberger
Mónaco - Leonardo Jardim
Montpellier - Michel der Zakarian
Nice - Lucien Favre
PSG - Unai Emery
Rennes - Christian Gourcuff
Toulouse - Pascal Dupraz
Troyes - Jean Louis Garcia
Portugal
Clube |
Entrou |
Saiu |
FC Porto |
Sérgio Conceição |
Nuno Espírito Santo |
Rio Ave |
Miguel Cardoso |
Luís Castro |
D. Chaves |
Luís Castro |
Ricardo Soares |
Moreirense |
Manuel Machado |
Petit |
D. Aves |
Ricardo Soares |
José Mota |
Continuam:
Benfica – Rui Vitória
Sporting - Jorge Jesus
V. Guimarães - Pedro Martins
Sp. Braga - Abel Ferreira
Marítimo - Daniel Ramos
Feirense - Nuno Manta
Boavista - Miguel Leal
Estoril - Pedro Emanuel
V. Setúbal - José Couceiro
Paços Ferreira - Vasco Seabra
Belenenses - Domingos Paciência
Tondela - Pepa
Portimonense - Vítor Oliveira