Mais de 580 mil rohingyas já fugiram para o Bangladesh - TVI

Mais de 580 mil rohingyas já fugiram para o Bangladesh

  • SS
  • 17 out 2017, 11:26
Mais de 400 mil rohingya já fugiram da Birmânia devido à violência

Entre 10.000 e 15.000 refugiados rohingya chegaram nas últimas 48 horas ao Bangladesh. Os números divulgados pela ONU surgem no mesmo dia em que a Human Rights Watch denuncia que cerca de 300 aldeias do povo rohingya foram incendiadas em Myanmar desde 25 de agosto

Entre 10.000 e 15.000 refugiados rohingya chegaram nas últimas 48 horas ao Bangladesh, elevando para 582.000 os que fugiram de Myanmar desde finais de agosto. Os números foram avançados esta terça-feira pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), estas pessoas encontram-se numa zona de arrozais, enquanto esperam os controlos das autoridades para serem transferidos para os principais acampamentos criados para acolhê-los.

Cerca de 60% dos refugiados rohingyas são crianças, segundo dados da Unicef. Esta organização já alertou que, se não receber em breve novas contribuições para acudir a esta emergência, terá de cortar a ajuda que disponibiliza.

Os números divulgados pela ONU surgem no mesmo dia em que a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) denuncia que cerca de 300 aldeias do povo rohingya foram incendiadas em Myanmar desde 25 de agosto, durante a última ofensiva do exército.

A organização divulgou imagens de satélite que mostram 288 aldeias destruídas no estado de Rahkine, no noroeste do país. 

As últimas imagens de satélite mostram o motivo pelo qual meio milhão de rohingyas fugiram para  o Bangladesh em apenas quatro semanas", afirmou Phil Robertson, repsonsável da organização para o continente asiático.

Em comunicado, a HRW diz que uma análise destas imagens permite concluir que pelo menos 66 aldeias foram atacadas após o dia 5 de setembro, ou seja, depois de o exército de Myanmar ter dado como terminada a operação. 

A ofensiva do exército foi iniciada depois de alguns rebeldes rohingya, do chamado Exército Arakan de Salvação Rohingya, terem atacado alguns postos policiais. A operção depressa gerou críticas da comunidade internacional.

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos do Homem acusou Myanmar de levar a cabo “um exemplo clássico de limpeza étnica”.

O povo rohingya é uma minoria étnica muçulmana e hindu que é considerada pela ONU um dos povos mais perseguidos do mundo. A maior comunidade do mundo está na antiga Birmânia, país predominantemente budista, no estado de Rakhine.

 

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