Moçambique: ONU estima necessidade de nova operação humanitária após ciclone Kenneth - TVI

Moçambique: ONU estima necessidade de nova operação humanitária após ciclone Kenneth

  • CE
  • 26 abr 2019, 11:15
Ciclone Idai, Moçambique

Este novo ciclone acontece seis semanas depois do ciclone Idai ter devastado a zona central de Moçambique, matando mais de 600 pessoas, causando uma epidemia de cólera, destruindo as colheitas e forçando milhares de pessoas a depender de assistência humanitária para sobreviver

As Nações Unidas estimaram, esta sexta-feira, a necessidade de uma nova operação humanitária em larga escala para responder à passagem do ciclone Kenneth por Moçambique, numa altura em que a ajuda aos afetados pelo Idai permanece "criticamente subfinanciada".

O ciclone Kenneth pode requerer uma nova operação humanitária em larga escala ao mesmo tempo que a resposta ao ciclone Idai, que visa 3 milhões de pessoas em três países, se mantém criticamente subfinanciada", afirmou esta sexta-feira o sub-secretário-geral das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários e coordenador da Ajuda de Emergência, Mark Lowcock.

Numa declaração divulgada pelas Nações Unidas, o responsável expressou pesar pela perda de vidas e pela destruição já causada pelo ciclone Kenneth, que passou pelas Comores há dois dias, antes da atingir Moçambique na noite passada como uma tempestade de categoria 4.

Com a velocidade sustentada do vento a atingir os 225 quilómetros por hora e rajadas de 270 quilómetros por hora, a tempestade arrancou telhados e gerou chuvas torrenciais, que estão já a provocar inundações em várias zonas do país.

Mark Lowcock lembrou que este novo "desastre" acontece apenas seis semanas depois de o ciclone Idai ter devastado a zona central de Moçambique, matando mais de 600 pessoas, causando uma epidemia de cólera, destruindo as colheitas e forçando milhares de pessoas a depender de assistência humanitária para sobreviver.

Assinalou também a destruição massiva de casas, escolas e infraestruturas, incluindo de saúde, num dos países mais pobres do mundo.

Antes de tempestade ter atingido Moçambique, o Governo e os voluntários da Cruz Vermelha alertaram as comunidades nas áreas de maior risco de inundações e deslizamento de terras e realojaram os habitantes em maior perigo", referiu o responsável.

Explicou, por outro lado, que o Gabinete de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) deslocou o seu pessoal em Moçambique para Pemba, capital de Cabo Delgado, a zona mais afetada pelo Kenneth, para ajudar a coordenar a resposta governamental.

Numa altura em que as áreas afetadas por este novo ciclone são ainda difíceis de aceder, Mark Lowcock sublinhou a "necessidade urgente" de abrigos, água potável, 'kits' sanitários e de higiene, bem como comida, geradores e equipamentos de telecomunicações.

O ciclone Kenneth marca a primeira vez que dois ciclones atingiram Moçambique durante a mesma estação, apontam as Nações Unidas, estimando que o Maláui e o Zimbabué, países igualmente atingidos pelo Idai, venham também a registar chuvas torrenciais de inundações causadas pelo Kenneth.

As famílias cujas vidas foram viradas de cabeça para baixo pelas catástrofes causadas pelo clima precisam urgentemente da generosidade da comunidade internacional para sobreviver nos próximos meses", apelou Mark Lowcock.

Continue a ler esta notícia