«Anão» condenado a 20 anos de prisão - TVI

«Anão» condenado a 20 anos de prisão

Prisão

Narcotraficante português era acusado pela introdução em Espanha em 1999 de várias centenas de quilos de heroína

O português José Gomes Pires Coelho, mais conhecido por «Anão», foi condenado esta segunda-feira pela justiça espanhola a 20 anos e seis meses de prisão e a uma multa de cem milhões de euros pela introdução em Espanha em 1999 de várias centenas de quilos de heroína, avança a Lusa.

O narcotraficante devia ter sido julgado em Outubro de 2003, mas na altura encontrava-se em liberdade devido a uma falha de coordenação entre as autoridades judiciais espanholas e portuguesas.

A Audiência Nacional espanhola - alto tribunal encarregado de assuntos de narcotráfico - tinha decretado a sua liberdade em Abril de 2003 ao ter cumprido o máximo de quatro anos de prisão preventiva previsto pela lei, mas ordenou a sua entrega a Portugal, que o reclamava por vários delitos, na expectativa de que ali permaneceria detido até à realização do julgamento.

Contudo, a Justiça portuguesa não encontrou indícios suficientes para ditar a prisão do narcotraficante, que deste modo ficou livre, pelo que a Audiência Nacional teve que voltar a ordenar a sua busca e captura.

Finalmente, Gomes Pires foi detido em Portugal em Dezembro de 2004.

Detido dirigia grupo de transporte de droga

Agora, o tribunal espanhol considerou provado que o detido dirigia um grupo dedicado ao transporte entre a Holanda e a Espanha de grandes quantidades de heroína procedente da Turquia e propriedade do narcotraficante Urfi Cetinkaya, conhecido como «El paralítico».

Cetinkaya, considerado o maior traficante de heroína na Europa, ficou paraplégico em 1988 após um recontro armado com a polícia em Istambul.

Segundo a sentença que condena Gomes Pires, a heroína do narcotraficante turco chegava à Holanda escondida em tractores e máquinas agrícolas até à sede da empresa P.P. Leferink Track, que supostamente mantinha relações comerciais com a sociedade Nauty-Trans S.L., dedicada à venda deste tipo de máquinas e sedeada na localidade espanhola de Villacastín, em Segóvia.

Na realidade, esta última sociedade era dirigida por dois espanhóis que trabalhavam às ordens de Gomes Pires e que a 4 de Março de 1999 prepararam a viagem de um dos seus camiões até à Holanda carregarem uma importante quantidade de heroína e transportá-la até Espanha.

Oito dias depois, num armazém de Villacastín foram guardados aproximadamente 500 quilos de heroína que foram recolhidos por Gomes Pires, que a vendeu a distintos traficantes em quantidades de dez ou vinte quilos.

A organização dirigida pelo cidadão português promoveu nesse mesmo ano a transferência para Espanha de mais 300 quilos de heroína com una pureza média de 59,1 por cento.
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