«A posição da França é a de não é aceitar a imigração económica» e «não vamos mudar», sublinhou esta quarta-feira o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Jean-Marie Le Guen, em entrevista transmitida pela rádio RMC e pelo canal BFM TV.
Le Guen insistiu que «não é possível receber imigração económica», porque «não é nem a política da França nem a de outros países europeus».
«Há certos imigrantes que podemos acolher» desde que cumpram as condições para obter o direito de asilo, área que está a ser reformada no sentido de se agilizarem prazos, disse.
Um dia antes de uma cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da EU, convocada para Bruxelas na sequência do naufrágio do passado fim de semana, que provocou a morte de cerca de 800 pessoas, o secretário de Estado francês considerou urgente «socorrer os imigrantes» e «lutar contra os traficantes».
Le Guen acrescentou que «há que cooperar com os países de origem e de trânsito» dos imigrantes, dando como exemplo o trabalho que tem sido levado a cabo sobre estas questões com o Níger.
Mas, não é só a Itália que «sofre» com a chegada de imigrantes.
A pressão migratória na fronteira sul espanhola, especialmente através de Ceuta e Melilla, tem aumentado este ano e terá tendência para piorar, considera a Amnistia Internacional em Espanha, país onde entraram mais de 11 mil ilegais em 2014.
«O fluxo de imigrantes nos últimos tempos parece ter aumentado. Isso tem a ver com a instabilidade em muitos países em África, na Líbia, mas também com o fecho de rotas. A União Europeia está fechada - não há vias legais de entrada - e esse é um dos grandes problemas», considerou à agência Lusa a porta-voz da Amnistia Internacional - Espanha para a Política Interior, Maria Serrano.
O encerramento das vias legais e seguras faz com que as pessoas se arrisquem em travessias perigosas (da Líbia a Lampedusa) ou que tentem saltar as vedações de Ceuta e de Melilla, pondo em causa a sua integridade, disse a mesma responsável.