Naufrágio com 700 a bordo: navio português salvou 22 imigrantes - TVI

Naufrágio com 700 a bordo: navio português salvou 22 imigrantes

  • Redação
  • CF e MM - Notícia atualizada às 19:40
  • 19 abr 2015, 09:36

Centenas de pessoas podem ter morrido. Só 28 foram resgatadas com vida e 24 cadáveres foram retirados das águas do Mediterrâneo

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Um barco com cerca de 700 pessoas a bordo terá virado e naufragado no Mar Mediterrâneo, segundo a Guarda Costeira Italiana. Vinte e quatro corpos foram recuperados.

A embarcação transportaria entre «500 a 700» migrantes que partiram da Líbia em direção a Lampedusa, na Itália, como noticia a BBC este domingo. O alerta terá sido dado por volta da meia-noite. 

O cargueiro de bandeira portuguesa King Jacob está envolvido nas operações de busca, como confirma a Marinha Portuguesa, e terá sido mesmo este a avisar as autoridades, segundo o jornal «La Repubblica». O Relações Públicas do barco português confirmou à TVI que o King Jacob salvou 22 imigrantes.

Mark Clark, diretor do Navigate Group explicou à TVI como se procedeu aos salvamentos: 



Até ao momento, só 28 pessoas foram resgatadas das águas, de acordo com a última atualização, embora o jornal «La Repubblica» tenha avançado anteriormente com 49 sobreviventes. 


«Neste momento, tememos que esta seja uma catástrofe de grandes dimensões», vaticinou a porta-voz da ONU para os Refugiados, Carlotta Sami.


Uma mega operação de buscas está a ser levada a cabo, nesta corrida contra o tempo, envolvendo as autoridades marítimas de vários países, incluindo barcos de pesca. Mais de 20 embarcações e três helicópteros varrem as águas.
 
O naufrágio estima-se que terá ocorrido em águas libanesas, a 27 quilómetros da costa da Líbia e a 210 quilómetros da costa italiana.

Segundo o jornal «Times of Malta», os migrantes ter-se-ão movido para um lado do barco, o que levou ao capotamento da embarcação.

O jornal de Malta cita testemunhos das suas autoridades locais que estão a ajudar nas buscas:


«Eles estão literalmente em busca de vivos entre os corpos que encontram a boiar».


No mesmo sentido, a Marinha italiana confessa que neste momento as operações estão focadas no resgate de sobreviventes, «mas com o passar do tempo, a busca será só por corpos».

Dias negros os que se têm vivido na costa do Mediterrâneo, já que esta semana, mais de 400 pessoas também foram dadas como desaparecidas em circunstâncias semelhantes.

E já se perdem a conta a notícias destas, como se perde a conta às vítimas que morreram afogadas naquele local.

Itália acordou este domingo com esta notícia trágica que não foi esquecida pelo Papa na sua homilia.

«São homens e mulheres como nós que procuram uma vida melhor», disse aos milhares que o escutavam na Praça de São Pedro, no Vaticano. 

O Santo Padre lamentou as mortes e pediu a todos para rezarem pelos «seus irmãos e irmãs» e deixou um «apelo à comunidade internacional» para que atue com urgência. (VEJA O VÍDEO ABAIXO)


Também esta semana, a Agência da ONU para os Refugiados, liderada pelo português António Guterres, considerou que não está a ser feito por parte de Bruxelas, um esforço suficiente para salvar os imigrantes que arriscam atravessar o Mediterrâneo rumo à Europa, em busca de uma vida melhor. E, por isso, exige mais ação por parte da União Europeia.

Apesar dos perigos, são aos milhares os que tentam fugir de uma vida má para o desconhecido do outro lado, a Europa. Pagam a mediadores que lhes arranjam barcos sem condições e sobrelotados. 

A União Europeia vai organizar uma reunião de urgência com os ministros do Interior e dos Negócios Estrangeiros por causa do naufrágio. 

O presidente francês, François Hollande, que tinha sugerido a realização de uma reunião de urgência ao nível da União Europeia, afirmou que esta pode vir a ser uma das «maiores catástrofes» dos últimos anos no Mediterrâneo, caso se venha a confirmar o balanço provisório de vítimas.

Recorde aqui alguns dos casos dramáticos no Mediterrâneo.

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