Mais de 400 migrantes e refugiados terão morrido em naufrágios no mar Mediterrâneo, esta segunda-feira. Quatro barcos terão afundado quando tentavam fazer a ligação entre o Egito e Itália.
A notícia foi avançada pela BBC Arabic, que cita o embaixador da Somália no Cairo. O Presidente italiano, Sergio Mattarella, citado pelo Corriere della Sera, já confirmou que houve uma nova tragédia no Mediterrâneo e que "centenas de pessoas terão morrido". O líder italiano acrescentou que a Europa tem de refletir sobre o acontecimento.
"Houve mais uma tragédia no Mediterrâneo. Parece que centenas morreram um ano após a tragédia em que morreram 800 pessoas. É necessário pensar [sobre isto]", disse Sergio Mattarella.
A maioria das pessoas que se encontravam nas embarcações era da Somália, mas também havia cidadãos da Eritreia e da Etiópia.
A imprensa da Somália indica que as equipas de resgate chamadas ao local só conseguiram salvar 29 pessoas. Centenas terão morrido no mar.
A tragédia acontece precisamente um ano depois de se ter registado aquele que é considerado o maior naufrágio no Mediterrâneo. Em abril de 2015, um barco com cerca de 700 pessoas a bordo afundou depois de ter partido da Líbia em direção a Lampedusa. Centenas de pessoas perderam a vida.
O naufrágio chamou a atenção dos líderes mundiais para as redes ilegais de tráfico de migrantes. Estes traficantes cobram valores avultados pelas viagens em direção à Europa, que se realizam em barcos sem condições de segurança, muitas vezes feitos de madeira.
Na sequência da tragédia, a União Europeia anunciou um conjunto de medidas com vista a reforçar a vigilância do Mediterrâneo e o combate destas redes ilegais.