Cargueiro fantasma está no mar há cinco anos, com milhares de barris de petróleo a bordo - TVI

Cargueiro fantasma está no mar há cinco anos, com milhares de barris de petróleo a bordo

Teme-se uma catástrofe ambiental e humanitária iminente ao largo da costa do Iémen

O cargueiro FSO Safer foi abandonado ao largo da costa do Iémen, perto do porto de Hudaydah, há quase cinco anos, quando começou a guerra civil no país. Tornou-se num navio fantasma e numa autêntica bomba relógio, já que tem milhares de barris de petróleo a bordo e as autoridades temem uma catástrofe ambiental a qualquer momento.

Os alertas têm sido feitos, aliás ao longo de todo este tempo: um barco com 45 anos à deriva, carregado de petróleo, numa zona de conflitos é um perigo iminente para o meio ambiente e para a circulação marítima na região. Mas não só. Um derrame pode provocar também uma autêntica catástrofe humanitária.

Este domingo, os rebeldes houthis que controlam a região acordaram permitir que uma equipa das Nações Unidas aceda ao cargueiro, para avaliar as condições em que se encontra. Esta quarta-feira, o Conselho de Segurança da ONU reuniu-se para discutir as possíveis ameaças que o navio à deriva pode constituir e também as diferentes soluções que podem ser tomadas.

Se acontecer um derrame nos próximos dois meses, os peritos preveem que 1,6 milhões de iemenitas sejam diretamente afetados", alerta o diretor do gabinete das Nações Unidos para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Mark Lowcock.

Se a situação se descontrolar, pode afetar diretamente milhões de pessoas, num país que já está a sofrer a maior emergência humanitária do mundo, e destruir ecossistemas inteiros durante décadas se se estender a mais países", disse a diretora do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Inger Andersen, durante uma reunião por videoconferência.

 Contudo, para já, não há ainda uma solução à vista e o petróleo que tem a bordo é alvo de disputa.

O FSO Safer pertencia à Companhia de Petróleo e Gás do Iémen. No início da guerra, foi abandonado a 60 quilómetros do porto de Hudaydah, que é controlado pelos rebeldes houthis.

Há cinco anos que não tem qualquer manutenção e está sujeito à erosão do mar, nem sequer para reduzir os gazes potencialmente explosivos que se acumulam no interior. Em maio, uma infiltração de água do mar na sala das máquinas fez temer o pior.

 

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