Menina americana morre em raide no Iémen ordenado por Trump - TVI

Menina americana morre em raide no Iémen ordenado por Trump

Nawar al-Awlaki

E não foi a única civil morta na operação. Nem sequer a única criança. De acordo com a Reuters, cerca de 30 pessoas morreram, incluindo 10 mulheres e crianças. Mas o New York Times fala em oito mulheres e sete crianças mortas

Nawar al-Awlaki tinha dupla nacionalidade, iemenita e americana. Era filha de Anwar al-Awlaki, um cidadão americano membro da al-Qaeda, morto no Iémen em 2011. Nawar, de oito anos, estava em casa, no Iémen, com outras crianças, quando foi atingida por um tiro na nuca, disparado durante um raide ordenado por Donald Trump.

O ataque visava militantes da Al-Qaeda. A administração norte-americana assegura que conseguiu neutralizar 14 militantes extremistas islâmicos e admite a morte de um militar norte-americano e ferimentos em mais três.

O raide foi levado a cabo no último sábado. Esta quarta-feira, pressionada por imagens de crianças mortas que começaram a circular nas redes sociais, a administração Trump admite a morte de civis. Possivelmente, também crianças.

A agência Reuters, que cita as equipas médicas envolvidas no socorro, adianta que há pelo menos 30 mortos, incluindo 10 mulheres e crianças. O New York Times vai ainda mais longe: fala na morte de pelo menos oito mulheres e sete crianças com menos de 13 anos mortas.

O avô de Nawar, Nasser al-Awlaki, contou à NBC News que a menina estava de visita à mãe na altura do ataque.

Estavam em casa e uma bala atingiu-a na nuca. Outras crianças da mesma casa também foram mortas”, assegura.

 

[As forças especiais norte-americanas] entraram também noutra casa e mataram toda a gente que lá estava dentro, incluindo todas as mulheres. Queimaram a casa. Assumiram que estava lá dentro uma mulher da Arábia Saudita que pertencia à Al-Qaeda. O que nós sabemos é que ela era professora.”

De acordo com o jornal britânico The Guardian, que cita fontes militares norte-americanas, a ordem para a operação no Iémen partiu do próprio Donald Trump.

Um comunicado do Exército dos EUA, assinado pelo coronel John Thomas e citado pelo The Guardian, justifica: “A Al-Qaeda tem um longo e arrepiante historial de colocar mulheres e crianças no meio de áreas ocupadas por militantes e mesmo em campos terroristas. Continua a mostrar um enorme desrespeito pelas vidas de inocentes.”

De acordo com a BBC, que cita fontes militares dos EUA, as forças especiais norte-americanas bombardearam um complexo onde estaria um importante líder da al-Qaeda, na região montanhosa de Yakla, na província de Bayda.

Depois do bombardeamento, uma equipa de elementos das forças especiais foram largadas no complexo por um helicóptero da Força Aérea dos Estados Unidos. Esses militares entraram em confronto direto com alegados militantes da Al-Qaeda. A batalha durou cerca de 50 minutos. Foi durante esses confronto que o militar norte-americano foi morto e os outros três foram feridos. Foi também durante esse confronto que foram disparados os tiros que mataram a pequena Nawar.

De acordo com um comunicado da Al-Qaeda citado pelas agências internacionais, foram disparados um total de 16 mísseis e incendiadas três casas.

Continue a ler esta notícia

EM DESTAQUE