Covid-19: cientistas alertam que “sintomas neurológicos são cada vez mais assustadores” em doentes recuperados - TVI

Covid-19: cientistas alertam que “sintomas neurológicos são cada vez mais assustadores” em doentes recuperados

  • João Guerreiro Rodrigues
  • 26 set 2020, 19:46
Covid-19 em Portugal

Investigadores da Universidade da Califórnia acreditam que estas sequelas possam não ser tão raras quanto inicialmente se pensava. Estudo foi publicado na revista Nature

Um estudo, realizado pela Universidade da Califórnia e publicado na revista científica Nature, revela que sintomas como derrames, hemorragias cerebrais e perda de memória são sintomas cada vez mais frequentes em doentes covid-19.

Nos primeiros meses da pandemia, o foco das equipas médicas esteve no tratamento das doenças respiratórias dos pacientes e nos danos nos pulmões, no entanto, multiplicaram-se relatos de distúrbios neurológicos, como delírio, psicose, encefalite e até síndrome de Guillain-Barré.

Agora, os cientistas acreditam que essas doenças possam não ser tão raras quanto se pensava e que, no caso de algumas pessoas, poderão ser sequelas para o resto da vida.

Os sintomas neurológicos são cada vez mais assustadores”, afirmou Alysson Muotri, autor da pesquisa, que garante que os investigadores estão a trabalhar para responder a perguntas importantes, como quem são os grupos de risco, quantas pessoas têm esses sintomas e como é que os sintomas aparecem.

Sublinhe-se que, apesar de ser possível que os vírus possam afetar o nosso cérebro, não é certo que o SARS-CoV-2 o faça de maneira significativa.

Por isso, outra das hipóteses estudadas pela equipa de cientistas é a de os sintomas neurológicos serem resultado de uma superestimulação do sistema imunológico. Algo que requer um tratamento muito diferente da primeira hipótese.

O estudo teve como base a análise dos resultados clínicos de 125 pessoas no Reino Unido que estiveram infetadas com a covid-19 e sofreram efeitos neurológicos ou surtos psiquiátricos. Deste grupo de pacientes, 62% experienciaram derrames cerebrais e 31% apresentaram estados mentais alterados, como confusão ou inconsciência prolongada.

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