Deputado acusado de atentar contra Maduro passa para prisão domiciliária - TVI

Deputado acusado de atentar contra Maduro passa para prisão domiciliária

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  • 29 ago 2020, 09:47
Juan Requesens

Juan Requesens esteve detido 752 dias

O deputado opositor Juan Requesens, acusado pelo regime de atentar contra o presidente Nicolás Maduro, num atentado falhado em 04 de agosto de 2018, passou este sábado para prisão domiciliária, após permanecer 752 dias detido.

O anúncio foi feito pela irmã, Rafaela Requesens, através da rede social Twitter, depois de nos últimos dias ter desmentido mensagens das redes sociais que davam conta que tinha sido libertado.

“O regime concedeu hoje, ao meu irmão Juan Requesens, uma medida de casa por prisão [prisão domiciliária]”, anunciou Rafaela Requesens.

O deputado opositor Juan Requesens foi detido em 07 de agosto de 2018 por funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN, serviços secretos venezuelanos), depois de ser acusado de estar alegadamente envolvido no falhado atentado de 04 de agosto de 2018 contra o Presidente.

Nesse dia, dois ‘drones’ detonaram na Avenida Bolívar de Caracas (centro), nas proximidades do palco onde Maduro falava, por ocasião do aniversário da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar).

O governante saiu ileso do atentado, no qual alguns militares ficaram feridos.

O partido opositor Primeiro Justiça, do qual faz parte, insistiu constantemente que era “inocente” das acusações que lhe faziam e que a sua detenção tinha motivos políticos.

A 11 de agosto de 2018 a oposição venezuelana denunciou que o deputado estava a ser alvo de “tortura e maus-tratos cruéis” e divulgou um vídeo onde alegadamente se via Juan Requesens, sujo, num estado “de consciência alterada, difícil de explicar numa pessoa que está sob vigilância extrema", pedindo lhe fossem realizadas provas toxicológicas.

Em outubro de 2019 o Grupo de Trabalho sobre detenção arbitrária do Conselho de Direitos Humanos da ONU recomendou ao Governo venezuelano que libertasse Requensens de imediato e lhe concedesse "o direito efetivo a obter uma indemnização e outros tipos de reparação, em conformidade com o direito internacional”.

Por outro lado, instou o Governo venezuelano a investigar exaustiva e independentemente as circunstâncias que envolveram a privação arbitrária da liberdade do opositor e a "adotar as medidas pertinentes contra os responsáveis pela violação dos seus direitos".

Segundo o procurador-geral da Venezuela, designado pela Assembleia Constituinte (composta unicamente por simpatizantes do regime), Tarek William Saab, 43 pessoas foram detidas por estarem alegadamente envolvidas no atentado contra Nicolás Maduro.

Por outro lado, foram emitidos mandados de detenção contra nove outras pessoas, também alegadamente envolvidas no atentado, que estariam radicados nos EUA, na Colômbia e no Peru.

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