Maduro responde à UE e aos EUA: “Não aceitamos ultimatos de ninguém" - TVI

Maduro responde à UE e aos EUA: “Não aceitamos ultimatos de ninguém"

  • AM
  • 4 fev 2019, 00:08

Presidente venezuelano diz que “o que está a precisar a Venezuela é de umas eleições no Parlamento”, o único órgão dominado pela oposição com o qual tem tentado conviver mas diz ser “impossível”

Nicolas Maduro recusa-se a receber ultimatos da União Europeia ou dos Estados Unidos da América, avisou o presidente da Venezuela em entrevista ao programa Salvados do canal de televisão espanhol La Sexta.

“Não aceitamos ultimatos de ninguém. É como se eu dissesse à União Europeia: ‘Dou-lhe sete dias para reconhecer a República da Catalunha’. “Porque é que a União Europeia tem que dizer a um país do Mundo que já fez eleições presidenciais para as voltar a repetir”, afirmou Maduro, que continua a dizer que quem está errado é a oposição.

O presidente da Venezuela disse mesmo que “o que está a precisar a Venezuela é de umas eleições no Parlamento”, o único órgão dominado pela oposição com o qual tem tentado conviver mas diz ser “impossível”.

Maduro responsabilizou ainda os Estados Unidos pelo impasse que se vive no país e respondeu diretamente a Donald Trump sobre a hipótese de uma intervenção militar.

“A direita ganhou governos na América Latina e, infelizmente, alinharam-se de forma raivosa aos EUA. A pior alternativa é a guerra e nós nunca a iniciaremos. A Venezuela não vai ser um Vietname. Nós acreditamos na diplomacia, no entendimento. Fiz mil propostas aos EUA, mas a supremacia branca despreza-nos. Todos os dias John Bolton diz-nos que a opção militar está sobre a mesa. Eu gosto de dizer, se queres a paz, prepara-te para a defender. Nós estamos a preparar-nos”, afirmou, acrescentando que “isto não vai acabar mal. Temos 20 anos de experiência de luta”.

Durante a entrevista o jornalista tentou ainda telefonar a Guaidó, o autoproclamado presidente interino da Venezuela, que não atendeu o telefone. Ainda assim Nicolas Maduro, deixou-lhe uma mensagem em direto no programa já que a caixa de mensagens estava cheia.

“Que pense bem o que está a fazer, que é um homem jovem, que ainda lhe restam muitos anos de luta, que não faça mais danos ao país, que abandone a estratégia golpista. Que deixe de simular uma presidência que ninguém elegeu. E que se quer fazer algo, que se sente numa mesa de negociação, frente a frente”, desafiou.

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