Domingo, Nicolás Maduro deu o tiro de partida: até sexta-feira, exército e milicianos venezuelanos vão estar em manobras militares por toda a Venezuela, numa assumida demonstração de força face à oposição interna e à ameaça externa, sobretudo norte-americana, que o presidente não se cansa de referir.
Rússia e China são países convidados da denominada Operação Cívico-Militar do bicentenário do Congresso de Angostura, o segundo parlamento constituinte da Venezuela, criado há 200 anos por Simon Bolívar.
Avanzamos en la consolidación de nuestra nueva Doctrina Militar, la “Guerra de Todo el Pueblo”, basados en los ideales de nuestros libertadores y retomada, para la Defensa Integral de la Patria, por nuestro Comandante Chávez. pic.twitter.com/4QIW9VzAm3
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) 11 de fevereiro de 2019
Impecable demostración que vimos en el Centro de Adiestramiento y Cohesión de la Milicia Nacional Bolivariana del estado Miranda. Son ustedes garantía de que nuestra patria es inexpugnable. pic.twitter.com/I6lT9sJvIT
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) 11 de fevereiro de 2019
Mobilizados estão também civis, apoiantes do poder de Maduro. Emblematicamente, no início dos exercícios, o presidente recebeu o "primeiro míssil disparado por um miliciano, como testemunho da união cívico-militar".
Como muestra de la solidez de la Unión Cívico–Militar, recibo de parte de nuestros guerreros y guerreras de la #FANB el primer misil disparado por un miliciano entrenado en Revolución. pic.twitter.com/tQM8YLHAbr
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) 11 de fevereiro de 2019
"O pior dos filhos da pátria"
Duro, como sempre, o número dois de Maduro, Diosdado Cabello, chegou a ameaçar o autoproclamando presidente interino, Juan Guaidó, com a prisão.
Em Barcelona, no leste da Venezuela, Cabello alcunhou Guaidó como "o pior dos filhos da Pátria".
Vamos colocá-lo na cadeia quando a pressão baixar. Temos de lhe colocar as algemas, mas tudo a seu tempo", afirmou Cabello, segundo o jornal espanhol El Mundo.
Diosdado Cabello lidera a assembleia constituinte, criada pelo poder de Maduro, e já anunciou que dissolverá a assembleia nacional, presidida por Guaidó, quando for adequado à revolução.
Por enquanto, a hora para os apoiantes de Maduro é de mostrar a força militar, com a ameaça de derrubar até quaisquer aviões que tentem levar ajuda humanitária à Venezuela, devido ao bloqueio terrestre que se mantém na fronteira com a Colômbia.
Os Estados Unidos disfarçam a guerra com a Venezuela com uma ajuda, que não é ajuda, nem é humanitária", afirmou Diosdado Cabello.
Petróleo em Moscovo
Com o braço de ferro a manter-se na Venezuela, deixando na fronteira a ajuda humanitária enviada, sobretudo, pelos Estados Unidos, a companhia petrolífera estatal da Vanezuela, PDVSA, terá solicitado aos seus clientes que passem a depositar os pagamentos numa conta aberta recentemente no banco russo Gazprombank.
A informação, avançada pela agência de notícias Reuters, com base num documento interno da petrolífera, dá conta de que as novas contas seriam uma forma de receber o dinheiro, torneando o embargo norte-americano.
A petrolífera estatal venezuelana não comentou. Já o banco russo afirmou apenas que nenhuma nova conta foi aberta pelo poder venezuelano, além das que já existem há vários anos.
Salientamos que nenhuma nova conta foi aberta e o banco não pretende abrir novas contas", disse o estatal russo Gazprombank.
Gazprombank dice que la venezolana @PDVSA no ha abierto nuevas cuentas https://t.co/li4EXNBldx
— Reuters Venezuela (@ReutersVzla) February 11, 2019