Venezuela: Maduro rejeita ultimato europeu a exigir eleições - TVI

Venezuela: Maduro rejeita ultimato europeu a exigir eleições

  • CM (Notícia atualizada às 18:40)
  • 27 jan 2019, 14:42

"Ninguém pode fazer-nos um ultimato”, avisou, depois de Alemanha, França e Espanha dizerem que reconhecerão Juan Guaidó como presidente interino casa não haja eleições nos próximos dias

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, rejeitou o ultimato lançado por vários países europeus, que lhe deram oito dias para convocar eleições na Venezuela, declarando que o seu país não está “ligado” à Europa.

Eles deveriam retirar este ultimato. Ninguém pode fazer-nos um ultimato”, declarou Nicolás Maduro numa entrevista ao canal CNN Turk, citada pela agência France Presse.

Alemanha, França, Espanha exigiram no sábado que Maduro convoque eleições na Venezuela no prazo de oito dias, caso contrário estas capitais reconhecerão como “presidente interino” o líder do parlamento venezuelano e presidente autoproclamado, Juan Guaidó.

A Comissão Europeia já tinha exigido eleições livres e justas no país nos próximos dias, caso contrário reconheceria Guaidó.

Juan Guaidó autoproclamou-se, na quarta-feira, Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas. Hoje, apoiantes do presidente do parlamento venezuelano distribuíram uma lei assinada por Guaidó de amnistia aos soldados, como havia prometido fazer. Tenta, desta maneira, convencê-los a mudar de campo.

Já o Presidente Nicolás Maduro assistiu pessoalmente a exercícios militares. Apareceu na televisão a dirigir as manobras militares no Forte Paramacay (norte do país), com as imagens a mostrar carros blindados e soldados em sessões de tiro. E deixou avisos:

Joelho em terra para combater o golpe de Estado, digo a todas as tropas bolivarianas: união máxima, disciplina máxima, coesão máxima”.

Israel também reconhece Guaidó

Os Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos (OEA), a maioria dos países da América Latina, à exceção de México, Bolívia, Nicarágua e Cuba – que se mantêm ao lado de Maduro, já reconheceram Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.

Rússia, China, Turquia e Irão manifestaram também o seu apoio a Nicolás Maduro.

Israel reconheceu, neste domingo, a legitimidade de Juan Guaidó. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, sublinhou o "novo poder" na Venezuela, corporizado pelo presidente do parlamento, numa mensagem de vídeo difundida nas redes sociais.

Israel junta-se aos Estados Unidos, Canadá e à maior parte dos países da América do Sul e da Europa no reconhecimento do novo poder na Venezuela", afirmou.

A União Europeia defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, sublinhando que “os direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados” e instando à “abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional”.

Da parte do Governo português, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, expressou pleno respeito pela “vontade inequívoca” mostrada pelo povo da Venezuela, disse esperar que Nicolás Maduro “compreenda que o seu tempo acabou” e apelou para a realização de “eleições livres”.

Os Estados Unidos, Canadá e vários países sul-americanos, incluindo o Brasil, a Colômbia e a Argentina, já reconheceram Juan Guaidó como líder interino da Venezuela.

Em reação, o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou a rutura das relações diplomáticas com os Estados Unidos, principal importador do petróleo venezuelano.

Além da Rússia, China, Irão e Turquia são mais importantes aliados políticos e económicos de Maduro.

Os Estados Unidos pediram a realização de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, para abordar a situação na Venezuela.

A Venezuela, país onde residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.

 

Continue a ler esta notícia