Irão: argumentos dos EUA não convencem Conselho de Segurança da ONU - TVI

Irão: argumentos dos EUA não convencem Conselho de Segurança da ONU

  • CM
  • 6 jan 2018, 00:58
Nikki Haley

Embaixador chinês disse mesmo que se fosse sempre assim também deveriam ter-se reunido para discutir protestos nos Estados Unidos como em Ferguson

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, disse, nesta sexta-feira, numa reunião de emergência do Conselho de Segurança da Nações Unidas, que o Irão "está sob aviso" devido aos protestos que acontecem no país, mas não teve o apoio que desejava.

Os Direitos Humanos não são uma oferta dos governos, são direitos inalienáveis das próprias pessoas. O regime iraniano está sob aviso, o mundo vai observar o que fará. Que não haja qualquer dúvida, os Estados Unidos estão sem qualquer dúvida com aqueles no Irão que procuram a liberdade, prosperidade para as suas famílias e dignidade para a sua nação", afirmou, acreditando que "no final, o povo iraniano determinará seu próprio destino".

No entanto, nem todas as nações têm a mesma opinião, como manifestou o embaixador da França, considerando o Conselho de Segurança não é o local para debater o assunto.

Cabe aos iranianos, e apenas aos iranianos, prosseguir o caminho do diálogo pacífico, um diálogo baseado no pleno respeito pelos direitos e liberdades fundamentais do povo iraniano. Por mais preocupantes que sejam os acontecimentos dos últimos dias, eles não constituem, por si só, uma ameaça à paz e à segurança internacionais", justificou o embaixador Francois Delattre.

Também o embaixador da Rússia, Vassily Nebenzia, criticou os EUA por convocarem a reunião sob um "pretexto falso".

Deixe o Irão lidar com seus próprios problemas", disse a Haley.

Mais longe foi o representante da China, que lembrou a homóloga norte-americana que se os seus argumentos para convocar a reunião de emergência fossem sempre seguidos, o Conselho de Segurança teria de se ter reunido para discutir protestos que aconteceram nos EUA, como em Ferguson em 2014 ou nas manifestações de Occupy Wall Street em 2011.

O Irão, que já tinha culpado diretamente um funcionário da CIA pelos protestos, tornou a criticar os Estados Unidos durante o encontro.

É lamentável que, apesar da resistência de alguns membros, este Conselho se tenha deixado abusar pelo atual Governo dos EUA, ao realizar uma reunião sobre uma questão que não se enquadra no âmbito do seu mandato, evidenciando o falhanço de cumprir a sua verdadeira responsabilidade de manter a paz e segurança internacionais", apontou o embaixador iraniano na ONU, Gholamali Khoshroo.

A representante dos EUA não se referiu ao Acordo Nuclear com o Irão, que tem sido criticado pelo presidente do seu país e muitos acreditam estar em risco, mas o acordo foi elogiado por países como a França e o Reino Unido.

Pelo menos 21 pessoas morreram na sequência dos protestos, que ganharam força na semana passada, a propósito do aumento dos preços dos alimentos, antes de se espalharem para cidades de quase todas as províncias do Irão.

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