Assentos de autocarro confundidos com burcas por grupo racista - TVI

Assentos de autocarro confundidos com burcas por grupo racista

  • JP
  • 2 ago 2017, 19:55
Autocarro

Jornalista testou grupo anti-imigrantes norueguês com fotografia postada no Facebook e que se tornou viral

Um grupo norueguês anti-imigrantes foi ridicularizado, depois de alguns dos seus membros confundirem uma fotografia de seis lugares vazios num autocarro com seis burcas.

Uma imagem colocada na página do grupo na rede social, Facebook, pelo jornalista, Johan Slåttavik, que afirmou ao site norueguês de fotografias, Nettavisen, que estava "interessado em ver as reações das pessoas sobre uma imagem, e o quão podem ser influenciadas pela forma como os outros reagem.”

 

Alguns membros do grupo fechado, “Fatherland first” [Pátria Primeiro em português], que conta com 13 mil seguidores, apelidaram a foto de “terrível”, “trágica” e “assustadora”, segundo o Nettavisen.

O grupo que se diz ser para pessoas que "amam a Noruega e apreciam aquilo por que os seus antepassados lutaram”, questionou se os passageiros "não existentes" poderiam carregar bombas, ou outro tipo de armas debaixo das suas vestes.

“Isto parece mesmo assustador” escreveu um. “Devia ser banida [a burca]. Nunca se sabe quem ali está. Pode ser um terrorista.”

Outros comentários, mais tarde, referiam ainda que: "O Islão é, e sempre será, uma maldição "." Tirem-nos do nosso país - tempos assustadores em que vivemos ", e: "Eu pensei que seria assim no ano de 2050, mas está a acontecer agora", noticiou ainda o site thelocal.no e outros meios de comunicação sobre os comentários postados.

As reações foram partilhadas e tornaram-se virais. Sindre Beyer, que segue grupo há algum tempo, viu a publicação ser compartilhada por milhares de pessoas e questiona: ”O que acontece quando uma fotografia de uns assentos vazios num autocarro é postada num grupo repugnante no Facebook, e quase toda a gente pensa que viu um grupo de burcas?"

O responsável da organização antirracista norueguesa, Rune Berglund Steen, afirma que "as pessoas vêm o que querem ver. E o que essas pessoas querem ver são muçulmanos perigosos. De certo modo, é um teste interessante de quão rápido alguns podem encontrar a confirmação das suas próprias ilusões.”

A Noruega foi o último país europeu a propor restrições ao uso de burqas e niqab.

O Governo de coligação, entre conservadores e direita anti-imigração da Noruega, apresentou um projeto de lei que visa proibir a utilização de um véu integral nas escolas nacionais, incluindo as creches e as universidades.

 

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