"O cheiro dele mudou. Não foi de repente, foi muito subtil - ele ficou com um cheiro almiscarado.”
Joy Milne só percebeu que aquele odor característico estava relacionado com a doença depois de frequentar uma instituição de caridade, a Parkinson's UK, e conviver com pessoas com o mesmo cheiro.
Depois de ela falar sobre o assunto com alguns investigadores, a Universidade de Edimburgo decidiu testá-la.
Segundo Tilo Kunath, a mulher consegiu detetar corretamente se 11 pessoas tinham ou não Parkinson, mas errou uma: Joy Milne associou a doença a um homem que, segundo a universidade estava saudável."A primeira vez em que testamos Joy, usamos seis pessoas com Parkinson e seis pessoas sem a doença. Todas usaram camisolas brancas durante um dia, que depois foram dobradas e embaladas. A tarefa dela era dizer quem tinha Parkinson e quem não tinha", explica Tilo Kunath, um pesquisador associado da Parkinson's UK na escola de ciências biológicas da universidade.
"Ela acertou 11 de 12. Ficámos muito impressionados”, afirma.
No entanto, meses depois os investigadores foram supreendidos.
Depois destas informações, a instituição Parkinson's UK decidiu financiar investigadores em Manchester, Edimburgo e Londres, que pretendam estudar cerca de 200 pessoas com e sem a Parkinson."Oito meses depois, ele informou que lhe tinha sido diagnosticado Parkinson. Joy não estava certa apenas em 11, ela acertou os 12."
"Este estudo tem o potencial de transformar a vida de pessoas que têm Parkinson. "É uma doença incrivelmente difícil de diagnosticar. Na prática, ainda a diagnosticamos da mesma forma que o doutor James Parkinson fazia em 1817, ou seja, observando as pessoas e os sintomas. Um teste diagnóstico poderia agilizar isso, permitindo que as pessoas fossem ao médico, fizessem um exame e saíssem com um diagnóstico de Parkinson", afirmou Katherine Crawford, diretora na Escócia da Parkinson's UK.